Após o lançamento do primeiro trailer do novo “The Legend of Zelda” para Wii U, em 2014, muitos fãs da série se organizaram para pedir que a Nintendo fizesse uma versão feminina do herói Link para o game – ou que ao menos fizesse da Princesa Zelda a protagonista e personagem jogável.
Mais informações e imagens de “The Legend of Zelda: Breath of the Wild” foram divulgadas esta semana na E3, e a Nintendo confirmou que o protagonista do game continua sendo Link, e não em uma versão feminina. Em entrevista a alguns sites estrangeiros, o produtor da franquia, Eiji Aonuma, explicou a decisão.
“Nós pensamos nisso. Mas decidimos que se vamos ter uma protagonista feminina, é mais simples que seja a Princesa Zelda. Mas se ela vai ser a personagem principal, que briga, então o que o Link vai ter para fazer?”, comentou Aonuma. Uma versão feminina de Link também foi descartada pela equipe, disse o produtor.
“Você sabe, temos a ideia da Triforce nos jogos de Zelda que fazemos. A Triforce é composta pela Princesa Zelda, Ganon e Link. Zelda é obviamente uma mulher. Se fizéssemos do Link uma mulher, achamos que isso poderia bagunçar o equilíbrio da Triforce. Por isso decidimos não mudar”, afirmou.
A explicação não convenceu alguns fãs. Jacob Kastrenakes, redator do site The Verge, diz que a justificativa de Aonuma “não faz sentido” e que sua visão sobre o cânone está incorreta. “A Triforce não é composta por Zelda, Ganon e Link, é uma representação de três características: sabedoria, poder e coragem”, escreve.
“Não há nada na Triforce ou em suas partes constituintes relacionada a gênero, a não ser que Aonuma esteja sugerindo que poder e coragem são características masculinas e que sabedoria é uma característica feminina, o que faria este comentário soar muito pior”, comentou ainda o jornalista. Ben Kuchera, do Polygon, concorda.
“Quer dizer, eles podem mudar o cânone e a mitologia para justificar qualquer ideia boba que a equipe já teve sobre a série ‘Zelda’, mas isso [mudar o gênero do protagonista] é ir longe demais?”, escreveu o colunista. Ele também lembra que uma versão feminina de Link, chamada Linkle, já existe no universo dos jogos como uma personagem jogável em “Hyrule Warriors” para Nintendo 3DS.