Mourão culpa videogames por massacre em Suzano: ‘jovens estão viciados’

Vice-presidente da República relacionou jogos violentos com morte de dez pessoas em escola da Grande São Paulo
Redação13/03/2019 19h11, atualizada em 13/03/2019 19h22

20190313042158

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, lamentou o massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã desta quarta-feira, 13. Dois homens atiraram contra alunos e funcionários do colégio, matando cinco estudantes, duas funcionárias e o tio de um deles antes de cometerem suicídio. O mandatário, porém, relacionou a tragédia com videogames violentos.

“Temos que entender o porquê de isso estar acontecendo. Essas coisas não aconteciam no Brasil. Vemos essa garotada viciada em videogames violentos (…). Tenho netos e os vejo muitas vezes mergulhados nisso aí”, comentou Mourão, segundo informações do jornal Correio Braziliense.

O vice-presidente não quis relacionar o caso de Suzano com o decreto que flexibiliza a posse de armas legais no Brasil, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro em janeiro. “Não tem nada a ver”, disse. “Vai dizer que a arma que os caras tinham lá era legal?”

“Estou muito triste com essa situação”, acrescentou Mourão. “Quando eu era criança, jogava bola, soltava pipa. A gente não vê mais essas coisas. Lamento profundamente tudo o que ocorreu.”

Não é a primeira vez que um líder político relaciona games violentos a massacres ou tragédias no mundo real. Em fevereiro de 2018, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez o mesmo durante um encontro sobre a violência nas escolas norte-americanas.

“Nós precisamos fazer alguma coisa quanto ao que eles (jovens) estão vendo e como eles estão vendo. E também os videogames”, disse Trump. “Quer dizer, mais e mais pessoas dizem isso, o nível da violência nos videogames está fazendo a cabeça dos jovens. E você dá mais um passo, e são os filmes. Você vê esses filmes, e eles são tão violentos.”

Já no Brasil, em 2016, o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fez o mesmo paralelo. “Outro dia ouvi um especialista dizer que nunca viu um game em que o vencedor é quem salva vidas, pois o vencedor é sempre quem mata. Essa cultura da exaltação da violência se projeta e acaba banalizando a violência”, comentou na época.

Não é isso o que diz a ciência, porém. Um estudo da Universidade de Oxford divulgado nesta semana não encontrou qualquer relação entre agressividade em jovens e games violentos. A pesquisa contou com a participação de 1.004 pessoas com idades entre 14 e 15 anos, além dos respectivos pais ou responsáveis.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Ícone tagsTags: