Master System comemora 30 anos no Brasil

Videogame chegou ao país em 1989, revolucionou o mercado da época e marcou a vida de milhares de brasileiros
Redação04/09/2019 17h09

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Lançado no Japão em 1985, o Master System chegou ao Brasil no dia 4 de setembro de 1989. O console fez sucesso durante muito tempo em solo brasileiro, dominou boa parte do mercado dos videogames nos anos 90 e trouxe jogos que ficaram eternizados na memória das pessoas que viveram naquele tempo, como Sonic The Hedgehog, Shinobi, Alex Kidd, Phantasy Star e até mesmo uma versão de Street Fighter.

Ainda hoje uma versão mais moderna do console original, o Master System Evolution, é vendida no Brasil. O modelo atual contém 132 jogos na memória, todos com classificação livre, mais ainda usa um processador de 8 bits e produz imagens com até 64 cores, como o original. Atualmente, ele é um dos videogames mais baratos do mercado.

Reprodução

História

Um outro videogame influenciou a Sega, até então fabricante de arcades, a lançar o Master System. Em 1983, a Nintendo lançou no Japão o Famicom (NES nos EUA) e obteve bons números em vendas tanto no Japão quanto posteriormente no resto do mundo. Curiosamente, no mesmo dia a Sega colocou no mercado seu primeiro console doméstico, o SG-1000, que não foi tão bem sucedido quanto o rival.

Mas após ver o sucesso da Nintendo com o Famicom, a Sega decidiu tentar novamente. Primeiro com uma revisão cosmética do SG-1000, o SG-1000 II ou “Mark II”, com um visual mais atraente e controles removíveis, que também não obteve muito sucesso. Então decidiram partir para uma mudança no hardware, com mais memória e um chip de vídeo (VDP) mais poderoso, capaz de mostrar até 64 cores na tela (contra as 16 do NES).

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A evolução do Master System: no canto superior esquerdo o SG-1000, seguido pelo SG-1000 II. No inferior esquerdo o Sega Mark III e por fim o Master System.

Esse console foi chamado no Japão de Sega Mark III. E embora em sua terra natal nunca tenha conseguido o sucesso do concorrente, no exterior, onde ganhou um visual mais arrojado e foi chamado de “Master System”, a história foi diferente: No Reino Unido, em diversos países da Europa e na Austrália, ele conseguiu vender tanto quanto o Famicom.

E no Brasil?

No Brasil, onde chegou em 4 de Setembro de 1989, o sucesso foi instantâneo. A TecToy investiu bastante em anúncios em programas de televisão, comerciais, revistas e outdoors, bem como na formação de “comunidades” de gamers com a criação de um “clube” para os usuários e um serviço telefônico que respondia dúvidas dos jogadores e dava dicas dos jogos.

Como o mercado brasileiro dos games ainda estava um tanto inexplorado, o Master System rapidamente se tornou um dos líderes de vendas no país e abriu as portas para o sucesso de seu sucessor anos mais tarde, o Mega Drive. Podemos até dizer que foi esse sucesso da Sega no país que levou a Nintendo a se estabelecer oficialmente em nosso território, com a formação da Playtronic (uma joint-venture entre a Gradiente e Estrela) em Março de 1993.

Outro fator no sucesso do “Master” foi o investimento da TecToy na tradução de jogos para o nosso idioma, como Phantasy Star, o primeiro RPG em português. Além disso a empresa apostou na criação de games com personagens locais ou populares por aqui, como Geraldinho, Chapolim Colorado, Turma da Mônica, Sítio do Pica-Pau Amarelo, Sapo Xulé, Pica-Pau e TV Colosso.

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Para preencher um “vácuo” no mercado e atender aos pedidos do fãs, a empresa desenvolveu até mesmo uma inédita versão de Street Fighter II para o Master System, sob licença da Capcom, que é tecnicamente impressionante considerando as limitações da máquina em comparação ao arcade ou a consoles como o Mega Drive e SNES.

Após 3 décadas, o videogame já não possui mais a popularidade que um dia teve, mas conseguir sobreviver no mercado por 30 anos certamente não é para qualquer um.

* Colaborou Rafael Rigues

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital