A matemática é simples. Adicione uma história extremamente bem roteirizada, um punhado de ação, gráficos competentes e jogabilidade simples e o resultado é um dos melhores jogos de uma geração. “Uncharted 4: A Thief’s End” não deixa a desejar e vale até mesmo para quem nunca jogou as aventuras de Nathan Drake. O título é exclusivo de PlayStation 4.

Cercado de muita expectativa pelos seus consecutivos atrasos, o game chegou ao mercado no dia 10 de maio carregado de uma hype gigantesca. A grande pergunta era: “Será que vai ser tudo o que promete?”. Imagens que vazavam mostravam os personagens em gráficos extremamente nítidos, algo que deixou os fãs cautelosos. Afinal, o produto final nem sempre cumpre as expectativas – “Watch Dogs” que o diga.

Mas nada disso se confirmou. “Uncharted 4: A Thief’s End” é um dos melhores jogos para PlayStation 4 e colocou um ponto final brilhante na franquia que, apesar dos boatos, dificilmente ganhará um novo jogo, ao menos não com Nathan Drake no comando. Isso, ao menos, é o que o final do jogo deixa a entender.

Aspectos técnicos

Os gráficos estão bem desenhados e os cenários são o ponto alto deste quesito. A estrutura adotada remete a outros jogos da série e em muitos momentos o jogador poderá ser ver girando a câmera apenas para apreciar o belo trabalho realizado.

O som também está em bom nível, mas é preciso ressaltar que a dublagem ainda não é perfeita. A trilha sonora não é tão impactante quanto a escolhida para “The Last Of Us”, mas cumpre seu papel de ditar o ritmo da aventura.

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A física do game é um pouco mentirosa, mas bem do jeitão da série, o que não vai decepcionar os fãs. Nathan consegue escalar paredes e dar saltos extraordinários pressionando apenas um botão.

Por falar em dificuldade, o jogo apresenta bons níveis de desafio. O modo escolhido foi o “Difícil” e é o mais desafiador liberado para novos jogadores (há ainda o modo “Demolidor” que é habilitado após a conclusão do game). Ele apresenta diversos inimigos e dá mais “humanidade” ao protagonista fazendo com que ele não resista tanto aos milhares de tiros disparados contra sua pessoa.

Dois pontos negativos destacam-se neste quesito. Um deles é que os enigmas não apresentam grande dificuldade de compreensão. Em poucos minutos é possível entender o padrão adotado e resolver o puzzle. Outro, é que o jogo conta com muitos “checkpoints”, o que permite que o avanço de forma rápida pela campanha, mesmo morrendo centenas de vezes ao longo dela. Aumentar o intervalo entre esses salvamentos automáticos poderia ser uma boa ideia para esticar a jogatina.

O jogo

Precisamos falar a respeito do roteiro. Esse ponto eu acredito que seja o mais forte da publisher. Quem jogou “The Last of Us” sabe bem disso. Mesmo com muito mais humor do que o jogo de Joel e Ellie, o lançamento apresenta um roteiro dramático e que conecta o jogador aos personagens. As falas e as reações dos personagens imitam com perfeição a vida real.

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A história também é interessante, principalmente pelos flashbacks mostrados ao longo do game e pelas menções às aventuras anteriores do caçador de tesouros. Não espere algo tão dramático como “Tomb Raider” neste quesito, mas uma aventura mais leve e divertida. Isso, porém, não quer dizer que ela seja fácil ou maçante.

Outro ponto de destaque é que o jogo repete a fórmula de TLOU que ilude o jogador em diversos momentos fazendo-o pensar que já está no fim. Confesso que cada vez que me aproximava de onde achava que o tesouro procurado estaria, ficava um pouco triste por já estar acabando o game. No entanto, sempre acabava me deparando com uma nova pista que iria me levar para um local totalmente diferente, o que me deixava entusiasmado e feliz por não ter terminado o jogo ainda. Ao final, na dificuldade “Difícil”, finalizei o jogo com pouco mais de 19 horas, mas deixando muitos colecionáveis para trás.

A história

A aventura de Nathan já começa de forma frenética com batalha marítima em que os irmãos Drake estão fugindo de um exército de mercenários armados até os dentes e pilotando lanchas velozes. Depois de um acidente, o jogo inicia o capítulo 1 (“A tentação da aventura”) com um flashback da vida de Nate que mostra a relação entre ele e o irmão durante a adolescência conturbada da família.

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Muitas escaladas e anos depois, ambos estão propositadamente presos em uma cadeia panamenha junto com Rafe, um outro caçador de tesouros. O objetivo aqui é explorar uma torre próxima ao local. As coisas não dão muito certo com os outros detentos e, devido ao temperamento difícil e mimado de Rafe, a gangue precisa sair do local o mais rápido possível. Sam, no entanto, acaba ficando para trás.

Quinze anos mais tarde, Nathan se vê casado com Elena e vivendo uma vida pacata em que trabalha como mergulhador atrás de tesouros muito menos empolgantes, como fios de cobre. A saudade dos tempos de aventureiro começa a apertar cada vez mais.

Eis que surge em sua porta seu irmão, ao qual Nathan tinha certeza de que havia falecido. Ele conta para o caçula que precisa de sua ajuda para encontrar um tesouro pirata perdido para poder pagar um traficante chamado Alcazar que o ajudou na fuga da cadeia (a qual você precisa jogar e matar muitos guardas).

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Nate mente para Elena e diz que irá em uma expedição na Malásia, mas na verdade embarca em uma nova aventura na Europa ao lado de seu irmão e Sullivan. Enquanto isso, Rafe e Nadine, uma comandante de um exército de mercenários e que dá boas surras em Nate ao longo do game, também estão atrás da fortuna perdida do “pirata dos piratas” Henry Avery.

O resto da aventura é o de sempre: pistas, muitos inimigos, muita escalada e piadas de todo o tipo. Outros flashbacks também são mostrados contando um pouco mais da história da família que tem como trabalho caçar tesouros e derrotar inimigos.

Conclusão

“Uncharted 4: A Thief’s End” é um título obrigatório para quem gosta de um bom jogo de aventura. Não o vejo como melhor do que The Last Of Us, que é a grande obra prima da empresa, mas como um concorrente de peso para qualquer game lançado para essa geração de consoles.

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