Existe um programa de TV japonês chamado “Ie, Tsuite Itte Ii Desuka?”, que, numa tradução livre, significa algo como “Tudo bem se te seguirmos até sua casa?”. A ideia é parar estranhos pelas ruas e segui-los (com consentimento) para xeretar em suas vidas. Num episódio que foi ao ar recentemente, o programa acabou revelando uma triste história de separação que pode ter tido um jogo eletrônico como pivô.

Eles abordaram um homem identificado apenas como Kaccho e que aceitou participar. Quando chegaram à sua casa, o operador de câmera notou que havia uma série de itens relacionados ao jogo “Dragon Quest”, incluindo pantufas, pratos, pelúcias, livros e chaveiros.

Kaccho, inclusive, havia acabado de reforçar sua segurança com mais uma tranca na porta porque alguém invadiu o apartamento e roubou, além de um PlayStation 4, uma unidade do Nintendo 3DS decorada com “Dragon Quest” e duas entradas para um concerto tematizado no jogo. O homem tinha até fotos com os desenvolvedores, incluindo o criador da série, Yuji Horii.

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Como conta o Kotaku, as coisas começaram a entristecer quando Kaccho explicou por que tinha dois personagens no jogo: um deles havia sido criado para sua filha de 14 anos. Quatro anos atrás, ele e a esposa haviam se divorciado, e, embora não tenha confirmação, Kaccho disse acreditar que seu apreço por “Dragon Quest” seja o culpado.

Kaccho tem 43 anos e é engenheiro de sistemas. Ele vive em Nipponbashi, uma área “nerd” de Osaka, e contou que até tentou obter a custódia da filha, mas perdeu e hoje nem sequer tem contato com a ex-esposa. Mesmo assim, Kaccho se diz feliz: “Sou solitário porque minha filha se foi devido ao divórcio. Quanto à minha vida, é mais agradável, comparada com aquela época.”

Até hoje o personagem da garota está ativo. Kaccho espera que em algum momento ela possa entrar e ter um contato com seu pai pelo universo do jogo. Até lá, ele segue aumentando o nível da filha virtual.