Estudos realizados nos Estados Unidos têm mostrado realidades conflitantes. De um lado, lojas de games como a GameStop, uma das maiores revendedoras do país, estão sofrendo quedas nas vendas. Porém, fabricantes de consoles e distribuidoras de jogos veem seus negócios crescer exponencialmente. O que isso significa?
Para os analistas ouvidos pelo jornal The New York Times, a resposta está na internet. Segundo eles, pouco a pouco o mercado de games vai sendo devorado pelo conteúdo sob demanda, com cópias digitais, adquiridas por download, sendo mais vendidas do que cópias físicas, em DVDs ou discos de Blu-ray.
A Electronic Arts, por exemplo – responsável pelas franquias Need for Speed, FIFA e o recém-lançado Star Wars: Battlefront -, diz que cerca de 20% de seus jogos para consoles (sem contar as versões para PC) já são vendidos majoritariamente por meio de download. Em outras empresas, essa margem pode chegar a 30%.
Já o Grupo NPD, um dos principais institutos de pesquisa de comércio americano, avalia que o mercado de games teve uma queda de 7% em novembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado. No entanto, a empresa não inclui nessa medição o número de jogos vendidos por download.
Nos primeiros nove meses de 2015, por exemplo, o mercado parecia estável em relação ao ano passado, segundo a avaliação da NPS. Porém, quando o número de vendas digitais foi acrescentado ao cálculo, notou-se um aumento de 8%.
Esse cenário não inclui o mercado de games para PCs e plataformas móveis, em que, normalmente, o download já é a primeira opção dos consumidores. O que surpreende nesses novos estudos é que, com a melhora da velocidade da internet e máquinas sendo fabricadas com cada vez mais espaço de disco rígido, o modelo digital está sendo adotado também nos consoles, ameaçando a longevidade do formato físico.