Quanto mais tempo um adolescente passa com videogames, maiores são as chances de esse jovem desenvolver atitudes machistas e acreditar em estereótipos de gênero. Pelo menos é o que diz um estudo publicado nesta semana na revista científica Frontiers in Psychology.

O estudo foi conduzido por pesquisadores da França e dos Estados Unidos, que analisaram mais de 13,5 mil estudantes franceses com idades entre 11 e 19 anos. Os participantes responderam questões sobre suas rotinas em games e sobre suas atitudes diante de mulheres e estereótipos de gênero.

Os autores da pesquisa afirmam que não é possível concluir que games são a causa do machismo em jovens, mas sim que pessoas que passam mais horas por dia jogando tendem a ser mais sexistas, sem atribuir culpa. Outros detalhes sobre as perguntas feitas aos jovens não foram revelados.

Por outro lado, os autores argumentam que mulheres são, geralmente, “sub-representadas” em games. Eles justificam seu estudo dizendo também que, quando personagens femininas aparecem em jogos, são frequentemente retratadas como “personagens precisando de ajuda em papéis passivos ou instrumentais”, quando não são “objetos sexuais a serem conquistados”.

Um estudo semelhante foi publicado dois anos atrás, mas com um resultado um pouco diferente. Conduzido por pesquisadores de três universidades diferentes na Alemanha, aquele estudo concluiu que não há relação entre games e machismo entre jogadores, embora os autores tenham feito questão de deixar claro que “isso não significa que o machismo não existe nos games”.