O Blockchain está longe de ser exclusivo dos Bitcoins. Nesta semana, o engenheiro de software português João Almeida criou uma versão de Pokémon que roda em cima da tecnologia. Mais ou menos como os experimentos “Twitch Plays Pokémon”, o projeto “Pokétoshi” é transmitido ao vivo via Twitch. No entanto, em vez de serem registrados no chat do serviço, os comandos são feitos em um controle virtual conectado à Lightning Network – uma “camada extra” aplicada sobre o Blockchain de uma criptomoeda para agilizar as transações.
A ideia do projeto, no entanto, não é exatamente divertir, mas sim comprovar a eficácia dessa segunda camada. A Lightning Newtork é vista como uma solução para aumentar a escalabilidade do Bitcoin. Hoje, uma transação feita com a moeda pode levar dias para ser registrada, justamente porque o volume delas aumentou muito de alguns anos para cá.
A tecnologia aplicada no “Pokétoshi” pretende tornar esses registros de compra quase instantâneos ao criar canais de pagamentos diretamente entre os usuários. O blockchain principal da criptomoeda é usado só para registrar as transações, o que elimina boa parte da burocracia.
— João Almeida (@joaodealmeida94) 19 de junho de 2018
Ainda há, sim, uma certa demora para o personagem responder no jogo, mas a agilidade na compra é notável. Para executar um comando, o jogador precisa desembolsar 10 satoshis (1 real equivale a quase 4000 satoshis, e 100 milhões de satoshis equivalem a 1 bitcoin). A transação é registrada rapidamente no blockchain graças à Lightning Network e, alguns segundos depois, o treinador responde na tela.
Não é a forma mais eficiente para se jogar, especialmente se comparado ao frenesi que era o primeiro “Twitch Plays Pokémon”. Mas definitivamente ajuda a mostrar que a tecnologia – ainda que esteja em fase de testes – pode ser útil para resolver o problema do bitcoin.