Desbloqueio do Switch faz jogos da Nintendo serem invadidos por pornografia

Renato Santino28/06/2018 21h27

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Sempre que houver um novo console, haverá hackers tentando burlar suas proteções para executar software não-autorizado (normalmente jogos pirateados), e com o Switch não é diferente. Após a descoberta de uma falha impossível de ser solucionada pela Nintendo com uma atualização de software, a comunidade hacker está experimentando e empurrando os limites do que pode ser feito com a plataforma.

O maior sintoma dessa nova liberdade é que alguns usuários conseguiram utilizar imagens personalizadas para usar em seus perfis, o que abre espaço para alguns tipos de conteúdo que a Nintendo, famosa por sua preocupação em manter suas plataformas seguras para crianças, não aprovaria. Para ser mais claro: alguns estão usando imagens pornográficas como imagem de perfil.

Isso acontece porque os hackers conseguiram desbloquear o Switch para a instalação de softwares não-autorizados, o que inclui ferramentas de desenvolvimento que permitiram driblar essas proteções da Nintendo, que não permite avatares personalizados justamente pensando na segurança das crianças.

Reprodução

Usuários no Reddit comentaram que isso tem sido um problema especial no jogo “Mario Odyssey”, o mais popular do Switch. O game possui o modo de balões, no qual jogadores podem propor desafios aos outros online; ao fazer isso, o mundo dos desafiados passa a exibir um balão com o avatar do desafiante, que normalmente é aprovado previamente pela Nintendo. Quando a imagem de perfil foi modificada para mostrar uma foto pornográfica, essa funcionalidade se torna um problema, pois a qualquer momento seu jogo pode ser invadido por conteúdo indevido e impróprio para menores.

A Nintendo já está ciente deste problema e confirmou ao site The Verge que está agindo para banir todos os consoles que tenham sido indevidamente modificados sejam banidos.

E a pirataria?

Hackers que estão tentando jogar conteúdo pirateado no Switch têm encontrado dificuldades por causa das barreiras da Nintendo. Uma delas é o fato de que o sistema pode banir o hardware de forma permanente, e não apenas as contas. Isso faz com que o risco de piratear um jogo seja consideravelmente maior, já que o videogame pode ser inutilizado rapidamente.

Outro desafio inclui o fato de que os cartuchos de Switch recebem certificados ainda na fábrica que permitem saber se são legítimos, e o mesmo vale para os jogos digitais, que contém informações que o vinculam a uma conta e um hardware específico. Assim, não é difícil para a Nintendo perceber quando um jogo pirateado está sendo executado: se o software traz informações que vinculam a um console e o game está sendo rodado em outro Switch, o indício de pirataria é forte.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital