Um relatório da UBM Game Network sobre as plataformas de realidade virtual revelou que o Oculus rift, o equipamento de realidade virtual no qual a empresa já investiu mais de US$ 2 bilhões, está ficando para trás entre os desenvolvedores. Segundo o relatório, as empresas preferem desenvolver para o HTC Vive a criar jogos ou experiências para o Rift.
O relatório perguntou aos desenvolvedores para quais plataformas eles pretendiam lançar suas novas criações. No total, 49% respondeu que estava programando para o HTC Vive, contra 43% que disse ter o Oculus Rift como foco de seu trabalho. Entre jogos, a diferença foi ainda maior: 35% disseram estar fazendo seus jogos para o Vive, contra apenas 23% para o Rift.
De acordo com o Engadget, esse resultado surpreende, já que o Rift conta já com anos de publicidade e o financiamento do Facebook. Um motivo que pode explicar esse sucesso do Vive é a maneira como ele funciona: ele é pensado para ser usado em pé, em uma sala, e por isso acaba sendo mais imersivo que o Rift, que é pensado para ser usado sentado e ainda não tem controles de movimento.
Descentralização
Segundo o Gamasutra, o resultado é interessante pois revela que quase metade dos programadores estão favorecendo esses dispositivos e deixando de lado gigantes da tecnologia como Microsoft, Sony e Google. O Playstation VR, da Sony, era alvo do trabalho de apenas 13% dos respondentes, e o HoloLens, da Microsoft, mesmo contando com parcerias com a Intel, tinha apenas 9% dos desenvolvedores a seu lado.
Por outro lado, as iniciativas de realiade virtual e aumentada do Google vem atraindo alguma atenção dos programadores graças a sua acessibilidade. A plataforma Cardboard, que usa o próprio smartphone do usuário como tela, estava recebendo o trabalho de 29% dos respondentes. A Daydream, por sua vez, por ser voltada a dispositivos de ponta e ainda não ter sido lançada, atraiu o interesse de apenas 15% deles.
Esse cenário de grande distribuição, por outro lado, parece ser benéfico para os consumidores, já que muitas experiências e jogos estão sendo criadas para diversas plataformas ao mesmo tempo. 78% dos desenvolvedores entrevistados disseram não planejar lançar suas criações exclusivamente para uma plataforma.
Também parece haver bastante entusiasmo da parte dos desenvolvedores com essa nova tecnologia. 96% dos respondentes concordaram com a afirmação “realidade aumentada e virtual estão aqui para ficar”. Os 4% que discordaram levantaram questões como o custo, a possibilidade de que a tecnologia cause enjôo nos usuários e obstáculos de tecnologia ou design.