Uma atualização de software do Oculus Rift lançada na sexta-feira passada acabou por tornar mais fácil a transposição ilegal de jogos do dispositivo de realidade virtual. Ironicamente, o principal objetivo da atualização era justamente dificultar esse tipo de “pirataria”.
A atualização impedia o funcionamento do software Revive, que permitia que usuários rodassem jogos do Oculus Rift no HTC Vive, óculos de realidade virtual da HTC. No entanto, uma atualização do Revive lançada pouco depois conseguia contornar esse bloqueio e furar todo o sistema de proteção de cópias difitais do Oculus, tornando o processo ainda mais fácil.
Em um post no GitHub, o usuário LibreVR por trás do Revive deixa claro que sua intenção não era permitir que jogos fossem pirateados. “Eu realmente não queria seguir esse caminho, mas sinto que não há outra maneira (…). Eu ainda não apoio a pirataria, não use esse software para cópias piratas”. Segundo o usuário, todos os jogos que rodam na Unreal Engine devem funcionar com o Revive.
Rodando em qualquer plataforma
De acordo com o The Verge, a próxima intenção dos criadores do software é fazer com que ele seja compatível também com a Unity Engine. Isso deixará mais jogos disponíveis aos usuários do HTC Vive. Ainda segundo o site, o fundador da Oculus, Palmer Luckey, já havia declarado que não se importava se os jogadores criassem maneiras de levar os jogos de seus dispositivos para outras plataformas, mas aparentemente voltou atrás.
Os criadores do Revive disseram, em entrevista ao Motherboard, que teriam preferido continuar a oferecer uma maneira de transpor jogos do Rift ao Vive sem precisar furar o bloqueio de proteção de cópias digitais. Eles também vêem a possibilidade de que uma futura atualização do software do Rift traga essa possibilidade.
Mesmo com a possibilidade de se “piratear” os jogos, a realidade virtual ainda traz uma barreira grande de entrada para os jogadores interessados: o Rift pode ser comprado por US$ 600, enquanto que o Vive custa US$ 800. Esse valor, no entanto, não inclui o computador potente que é necessário para fazer os dispositivos funcionarem.