Depois de mais de uma década do fim da era dos cartuchos nos videogames, existe uma possibilidade de que o NX, o novo console da Nintendo, volte a abraçar esta mídia abandonada há tanto tempo, deixando de lado as mídias ópticas como CDs, DVDs e Blu-Rays. E isso pode ser uma ótima ideia.

Acontece que este retorno ao passado pode parecer retrógrado mas faz muito sentido nos dias atuais. Basta observar o que acontece nos concorrentes Xbox One e PS4: ambos recorrem ao Blu-Ray para distribuir seus jogos off-line. No entanto, os usuários são forçados a instalá-los em seus HDs para poder rodá-los com um desempenho satisfatório, que a mídia óptica não oferece mais. Até na época do PS3 e do Xbox 360 os discos não eram mais a melhor opção para rodar um jogo.

Conforme os jogos vão ficando mais pesados, vai ficando evidente as restrições das velocidades oferecidas pela mídia óptica. Restrições essas que são muito menores com o atual estado da memória flash, presente em pendrives, cartões de memória (SD e microSD) e em SSDs. Os dispositivos de armazenamento são pequenos e oferecem excelentes velocidades de leitura, tornando-os uma opção atraente para a distribuição de jogos.

A questão para a Nintendo é o preço. A produção destes cartuchos muito provavelmente deve ser mais cara do que a de um disco convencional. Se a empresa conseguir, com o benefício da produção em massa, igualar estes custos, esta volta para o passado se tornará muito mais um salto para o futuro do que qualquer coisa, colocando mais uma pá de cal nas mídias ópticas.

Nos anos 1990, na época do Nintendo 64, a Nintendo se mantinha como a única empresa a ainda apostar nos cartuchos. A decisão se mostrou errada na época, gerando um custo a mais para os desenvolvedores, que foi um dos motivos pelo qual o console perdeu boa parte do suporte que o Super Nintendo tinha das empresas. Hoje, o 3DS é um sucesso usando cartuchos, e as empresas não parecem ter as mesmas objeções com o formato.

Além disso, desde que as histórias sobre o NX começaram, existiu a especulação de que o produto seria uma forma híbrida de console de mesa e portátil, substituindo ao mesmo tempo o Wii U e o 3DS. Neste caso, a ideia de usar um cartucho é muito mais plausível do que um disco convencional, já que é um meio muito mais fácil de carregar por aí do que um disco.

Isso dito, nada está confirmado, e a Nintendo pode aparecer novamente com um console que lê Blu-Ray ou alguma outra mídia óptica proprietária, mas a possível decisão de abandoná-las de vez está longe de ser tecnologicamente retrógrada.

Via Ars Technica