Segurança: brechas em chips da Qualcomm afetam 1 bilhão de celulares Android

Mais de 400 vulnerabilidades foram encontradas; segundo a Qualcomm, que disponibilizará mitigações apropriadas aos fabricantes, não há evidências de que a falha esteja sendo explorada no momento
Redação10/08/2020 17h59, atualizada em 11/08/2020 13h29

20200810030944

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Analistas de segurança da Check Point encontraram mais de 400 vulnerabilidades em chips Snapdragon da Qualcomm, que equipa bilhões de dispositivos Android ao redor do mundo. A descoberta foi divulgada pela empresa especialista em segurança.

Segundo a companhia, o Snapdragon está em cerca de 40% dos smartphones em todo o mundo. Como são cerca de 3 bilhões de dispositivos Android, isso equivale a mais de um bilhão de telefones – os quais estão em risco.

Alvos podem ser atacados por meio da instalação de aplicativos maliciosos que não requerem nenhuma permissão do usuário (como por exemplo acesso a câmera e microfone) ou por meio da reprodução de vídeos, onde na hora que o usuário abrir o arquivo, o chip irá renderizar.

A partir desses dois meios, os invasores podem monitorar locais, ouvir um áudio em tempo real e ter acesso a fotos e vídeos. Os hackers também podem permitir que o telefone pare de responder completamente. De acordo com a Check Point, depois que o smartphone é afetado fica difícil retirar a falha pois o sistema operacional oculta a invasão.

masakaze-kawakami-kknrCfZHsyo-unsplash.jpg

Smartphones Android equipados com processadores Qualcomm Snapdragon correspondem a bilhões de usuários de dispositivos no mundo. Créditos: Unsplash/Reprodução. 

Consequências do ‘baixo custo’

Processadores Snapdragon são conhecidos pelo baixo custo e por fornecerem uma série de componentes aos smartphones, como um chip completo contendo um processador gráfico e, em alguns modelos, até antenas de rede. Com isso, após o celular ser infectado por meio das vulnerabilidades divulgadas, os invasores têm em mãos inúmeros (ou quase todos) processos que ocorrem no dispositivo expostos para uso de espionagem.

Os pesquisadores que divulgaram as falhas afirmaram no relatório que “Embora os chips forneçam uma solução relativamente econômica que permite que os celulares forneçam aos usuários várias funcionalidades e habilitem recursos inovadores, eles têm custo, que tem sido a baixa proteção”.

Correção das falhas

A Qualcomm lançou uma correção para as vulnerabilidades divulgadas, mas até agora não foi incorporada pelo Google no sistema operacional Android. Até que as mudanças de segurança cheguem aos usuários finais, a Check Point está explorando mais dados técnicos sobre as falhas.

Confira o posicionamento da Qualcomm sobre o assunto na íntegra:

“Fornecer tecnologias que dão suporte robusto para segurança e privacidade é uma prioridade para a Qualcomm. Em relação à vulnerabilidade do Qualcomm Compute DSP divulgada pela Check Point, trabalhamos com empenho para validar o problema e disponibilizar mitigações apropriadas aos OEMs. Não temos evidências de que a vulnerabilidade esteja sendo explorada no momento. Incentivamos os usuários finais a atualizar seus dispositivos à medida que os patches se tornarem disponíveis e a instalar aplicativos apenas de locais confiáveis, como a Google Play Store”, declarou a empresa.

Fonte: Ars Technica

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital