Instalar Google Apps por conta própria é perigoso, avisa Checkpoint

Risco de apps falsos ou contaminados por malware é real. Usuários devem ter cautela e procurar fontes confiáveis
Rafael Rigues27/09/2019 12h47, atualizada em 27/09/2019 12h51

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Recém-anunciados, os novos Huawei Mate 30 e 30 Pro se destacam por serem os primeiros ‘carros-chefe’ de uma grande fabricante de smartphones Android a chegar ao mercado sem os apps e serviços do Google. Isso devido a sanções impostas pelo governo dos EUA, parte de sua guerra comercial contra a China, que impedem empresas norte-americanas de fornecer produtos, serviços e tecnologia para a Huawei.

Para os usuários na China, um de seus principais mercados, isso não faz diferença. Os serviços do Google são bloqueados no país e em seu lugar há um vasto ecossistema de alternativas nativas que oferecem streaming de vídeo, email, armazenamento online, lojas de apps, mapas e tudo mais que um usuário possa precisar. Mas para os usuários no ocidente um Android sem os apps e serviços do Google, e especialmente sem a Play Store, é algo inconcebível.

Já existem métodos automatizados para instalar os apps do Google nos novos aparelhos, que não requerem root ou técnicas avançadas e não levam mais do que 5 minutos. Outra alternativa é obter apps em lojas de terceiros, como Aptoide, Amazon App Store, UpToDown, F-Droid e muitas outras. Mas a Checkpoint, empresa especializada em segurança, avisa que quem optar por estes métodos pode estar colocando sua segurança em risco.

Segundo Fernando De Falchi, gerente de engenharia de segurança da Check Point Brasil, o principal risco são apps falsos ou contaminados com malware, já que os padrões de segurança nestas lojas variam e geralmente são mais baixos em relação às políticas do Google.

“Ao longo dos anos, a Check Point Research descobriu vários ataques em larga escala contra o Android, aproveitando lojas de terceiros como canais de proliferação, como o recente ataque do “Agent Smith”. Os usuários estão potencialmente expostos a riscos de aplicativos falsos e download de malware. Os usuários são aconselhados a escolher lojas conhecidas e respeitáveis, como a Amazon App Store, por exemplo (embora seja importante observar que, por motivos legais, a Amazon não oferece aplicativos do Google). Os usuários também podem optar por acessar o Gmail e o YouTube a partir de páginas da web”, afirma Falchi.

A Huawei já afirmou que, se as sanções impostas pelos EUA forem suspensas, poderia entregar uma atualização para os aparelhos em ‘uma noite’, adicionando os apps e serviços do Google. Mas até lá, fãs da marca que optarem pelo Mate 30 e 30 Pro devem ter cautela.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital