Hackers supostamente ligados ao Anonymous vazam dados de Paulo Guedes, Mourão e bolsonaristas

No fim de semana, eles ainda hackearam o servidor do site do governo de Minas Gerais
Liliane Nakagawa05/08/2020 01h37

20200804113818-1886x1080

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

A conta RUNSEC~TEAM no Twitter, supostamente ligada à célula hacktivista Anonymous, publicou neste domingo (2) documentos contendo informações pessoais de Paulo Guedes, ministro da Economia; da primeira-dama Michele Bolsonaro; do vice-presidente Hamilton Mourão; de Olavo de Carvalho; do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, além de outros seis bolsonaristas.

anonymous profile

O vazamento contém dados como nome completo, filiação, CPF, RG, renda estimada, números de telefones, além de histórico de endereços, score e renda, e de quebra nomes completos de vizinhos e seus endereços, entre outros. De acordo com a conta @AnonNewBr, os dados vazados de dois deputados — Daniel Silveira e Douglas Garcia — foram acessados pelo servidor da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ) durante dois meses. O mesmo perfil fez um anúncio desse mesmo vazamento um dia antes, ainda no sábado (1º). 

Anteriormente ao ato, a conta que se revindica como uma célula dos Anonymous também postou um comunicado em vídeo.

 

“Há muito tempo que assistimos ao presidente Jair Bolsonaro, todos os seus ministros e empresários que financiam essa campanha de manipulação em massa, orquestrada por Eduardo Bolsonaro e Flávio Bolsonaro. Grandes fascistas que assassinam e massacram o povo brasileiro diariamente”. A fala parece justicar os envolvidos no vazamento, já que a maior parte delas é bolsonarista. Entretanto, nenhuma nota ou tuíte claro foi reservado para justificar o ataque. Normalmente, o movimento esclarece os motivos por trás de cada ato, seja ele um vazamento ou desfiguração gradual ou sistemática de um site (deface).

Até o momento do fechamento desta matéria, nem a PCRJ e envolvidos se pronunciaram sobre o vazamento. Todos os dados ainda continuam disponíveis pela plataforma Ghostbin.

Servidor hackeado

No mesmo dia, o perfil @AnonNewBr publicou em sua conta que o site do governo de Minas Gerais havia sido hackeado.

Alguns questionaram por que ainda era possível acessar o site da prefeitura normalmente. A resposta é que os hackers não instalaram uma “bomba” para tirar o serviço do ar, mas criaram um arquivo novo ‘null.html’ com o código da página no servidor; o resultado pode ser visto abaixo.

lagoagrande6934a866fd86ddf4.pngHackers ‘brincam’ no site do governo de Minas Gerais. Imagem: Olhar Digital


Portanto, a ação não derrubou o site de Lagoa Grande, apenas comprovou que os hackers tiveram acesso suficiente para escrever dados no servidor. O que isso significa? Um claro ‘aviso’ de que poderiam fazer qualquer coisa caso quisessem.  

‘Futuros vazamentos’

Nesta quarta-feira (5), a conta RUNSEC~TEAM voltou a postar informações sobre futuros vazamentos, desta vez, os hackers ameaçam vazar contas bancárias.

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital