Quase um mês depois de o Departamento de Segurança dos Estados Unidos proibir o uso de soluções da Kaspersky por todas as agências governamentais do país, surgiu a informação de que um antivírus da companhia foi usado pelo governo russo para roubar dados da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA.
O caso aconteceu em 2015, mas só foi descoberto no segundo trimestre do ano passado, segundo disseram fontes ao Wall Street Journal.
De acordo com essas pessoas, um funcionário da NSA levou arquivos confidenciais para casa na intenção de continuar trabalhando fora do horário. De alguma forma, a inteligência russa descobriu essa ação através da Kaspersky e conseguiu extrair as informações.
A NSA não usa soluções da Kaspersky, mas esse funcionário tinha o antivírus da empresa em seu computador pessoal. E, mesmo que tenha sido sem querer, sua atitude pode ser considerada crime.
Os dados roubados incluíam estratégias da NSA para se infiltrar em máquinas estrangeiras, o código usado nessas ações e detalhes sobre como a agência defende os organismos norte-americanos contra ataques eletrônicos de outros países.
A Kaspersky foi banida pelos Estados Unidos nos mês passado devido à sua relação com o governo russo. A companhia nega a existência de qualquer proximidade, mas especialistas acreditam que a legislação da Rússia pode forçá-la a servir ao Kremlin mesmo que involuntariamente.
A operação básica de um antivírus envolve escanear o computador do cliente para comparar o que há lá dentro com um banco de dados de códigos maliciosos. Esse banco de dados fica em poder da empresa de antivírus, o que significa que ela tem acesso ao conteúdo das máquinas. Como a Kaspersky é russa, teme-se que esse trâmite possa ser explorado pelo governo do seu país, o que agora parece ter se provado verdade devido ao ataque envolvendo o vacilo do agente da NSA.