Hacker que invadiu sistemas da Nintendo é condenado à prisão e multa

Ryan Hernandez roubou informações dos bancos de dados da empresa japonesa, incluindo vazamentos do Switch antes do seu lançamento. A polícia ainda encontrou pornografia infantil em seu computador
Renato Mota04/02/2020 11h15

20191125085913

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um hacker dos Estados Unidos responsável por repetidos ataques à Nintendo foi condenado a 25 anos de prisão e a pagar uma multa de mais de US$ 250 mil pelo Departamento de Justiça norte-americano. Ryan Hernandez, um morador de 21 anos de Palmdale, Califórnia, se declarou culpado de crimes federais relacionados ao hackeamento, bem como por posse de pornografia infantil.

O hacker mirou na Nintendo pela primeira vez em 2016, quando ele e um associado usaram uma técnica de phishing para capturar as credenciais de um funcionário da empresa. Isso permitiu à dupla acessar e baixar arquivos confidenciais da Nintendo relacionados a seus consoles e jogos, que incluíam informações sobre o Nintendo Switch antes de seu lançamento oficial em 2017. Os hackers vazaram essas informações para o público.

Em outubro de 2017, após uma investigação que levou a Hernandez, ele e seus pais prometeram abster-se de qualquer atividade maliciosa. A família também chegou a um entendimento de que quaisquer outros delitos dessa natureza teriam sérias repercussões.

Apesar do aviso, “de pelo menos junho de 2018 a junho de 2019”, segundo o Departamento de Justiça, Hernandez retomou suas atividades de hacker, acessando vários servidores da Nintendo e obtendo informações confidenciais sobre vários videogames populares, consoles de jogos e ferramentas de desenvolvedor.

Utilizando o apelido “RyanRocks”, ele chegou a se gabar das suas façanhas no Twitter e no Discord, ao mesmo tempo em que transmitia alguns dos dados roubados. Hernandez também administrou seu próprio fórum de bate-papo on-line, no qual ele e outros “discutiram produtos da Nintendo e compartilharam informações sobre possíveis vulnerabilidades da rede da Nintendo, e sobre os quais ele compartilhou algumas das informações confidenciais que roubou”, afirma a investigação.

Em junho de 2019, os agentes do FBI fizeram outra visita a Hernandez. Um exame nos equipamentos apreendidos revelou milhares de arquivos confidenciais da Nintendo, além de conteúdo pornográfico ilegal coletado na internet.

Sob os termos de um acordo, ambos os promotores e advogados de defesa recomendam uma pena de prisão de três anos para Hernandez. Mas o juiz do decidiu que os crimes cometidos por Hernandez merecem o máximo legal de cinco anos de prisão por fraude e abuso informático e 20 anos por posse de pornografia infantil. O Departamento de Justiça afirmou que o hacker concordou em pagar US$ 259.323 em restituição à Nintendo e se registrará como criminoso sexual.

Via: Digital Trends

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital