Hacker oferece US$ 100 mil para invadirem bancos e petrolíferas

Prêmio, oferecido por um dos hackers mais famosos do mundo, é uma recompensa para aqueles que não conspiram com instituições capitalistas
Vinicius Szafran20/11/2019 21h15, atualizada em 20/11/2019 22h40

20190624103714

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um hacker, mundialmente famoso por seus ataques a empresas de vigilância, lança uma nova espécie de recompensa para criminosos e hacktivistas vazarem informações de interesse público. O hacker, conhecido como Phineas Fisher, publicou o manifesto na sexta-feira (15).

Chamado de “Programa Hacktivista de Caça a Bugs”, o manifesto pagará US$ 100 mil ao participante que se destacar. A ideia principal é incentivar outros hackers a realizarem ataques contra empresas que não divulgam informações importantes de interesse público. Fisher diz que pagará a recompensa em criptomoedas. Como exemplo de alvos, ele mencionou empresas de mineração e pecuária na América do Sul, o fornecedor israelense de spywares NSO Group e a petrolífera Halliburton.

“Hackear para obter e vazar documentos de interesse público é uma das melhores maneiras de os hackers usarem suas habilidades para beneficiar a sociedade”, escreveu Fisher no manifesto. “Não estou tentando enriquecer ninguém. Só estou tentando fornecer fundos suficientes para que os hackers possam viver decentemente fazendo um bom trabalho”.

Reprodução

Em outras palavras, isso é uma recompensa por encontrar falhas que incentivam a prática criminosa. A maioria dos programas de recompensa de bugs é executada por empresas para influenciar os pesquisadores de segurança a encontrarem erros em seus softwares, que podem ser corrigidos para tornar seus serviços mais seguros. Outros programas de premiação são executados por empresas terceirizadas, que pagam hackers por bugs em softwares como iOS, Android ou Chrome.

Phineas Fisher é um dos hacktivistas mais influentes e conhecidos desde os dias do Anonymous e do LulzSec. Em 2014, o hacker roubou dados internos do fornecedor de vigilância britânico-alemão Gamma Group. Um ano depois, invadiu os servidores da Hacking Team, uma empresa italiana que fabricava software de hackers e vigilância para agências policiais e de inteligência no mundo todo. Então, o hacktivista atingiu um sindicato da polícia espanhola e o partido no poder da Turquia em 2016. Sua identidade nunca foi revelada.

Após essas invasões, Phineas Fisher publicou manifestos sobre como eles foram realizados, na tentativa de inspirar outros hackers a lançarem ataques com motivação política. Em seu novo manifesto, ele também alegou ter invadido um banco offshore e convocou outros hacktivistas a participarem da luta contra a desigualdade e o capitalismo.

“A elite financeira global é opressora, não vítima”, comentou Fisher. “Invadir essa elite e devolver a menor fração da riqueza que eles roubaram não os torna vítimas. É crime cibernético. Também é ativismo. É motivado por um desejo de mudança social, não estou lucrando pessoalmente ou me beneficiando disso”.

Via: Vice

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital