Governo dos EUA processa hackers chineses por roubo de informações

Dois homens são acusados de roubar 'terabytes' de informação avaliada em 'centenas de milhões de dólares', tanto para ganho pessoal como a serviço do governo chinês
Rafael Rigues21/07/2020 18h40

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O governo dos EUA está processando dois hackers chineses acusados de participar de campanhas de espionagem que tiveram como alvo centenas de empresas e governos ao longo da última década.

Li Xiaoyu, de 34 anos, e Dong Jiazhi, de 33 anos, são acusados de roubar “terabytes” de dados, informação avaliada em “centenas de milhões de dólares”, de empresas de tecnologia ao redor do mundo, incluindo dos EUA. Recentemente eles teriam atacado uma dúzia de empresas em estados norte-americanos como Maryland, Massachusetts e Califórnia, que estão envolvidas no desenvolvimento de vacinas e tratamentos para a Covid-19.

Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, os hackers foram descobertos depois de tentar acessar uma rede do Departamento de Energia dos EUA em Hanford, Washington. Eles também atacaram empresas na Austrália, Coreia do Sul e vários países europeus. O método de ataque consistia em usar vulnerabilidades conhecidas, e não corrigidas, em servidores web para invadir as redes. Uma vez lá dentro, eles usavam keyloggers para roubar senhas e conseguir acesso a outras máquinas.

Os promotores dos EUA afirmam que eles realizavam os ataques tanto para ganho pessoal quanto a serviço do governo Chinês, e que roubaram dados relacionados a programas de satélites militares, redes sem fio militares e sistemas de microondas e lasers de alta potência desenvolvidos por indústrias de defesa dos EUA.

John C. Demers, procurador-geral adjunto dos EUA para segurança nacional, disse que as acusações são “exemplos concretos” de como a China usa hackers para “roubar, replicar e substituir” empresas não-chinesas no mercado global, ganhando uma vantagem competitiva.

Xiaoyu e Jiazhi podem ser condenados a mais de 40 anos de prisão por seus crimes. Entretanto, acredita-se que eles estão na China, o que significa que não haverá uma extradição para os EUA e que, provavelmente, não cumprirão qualquer pena.

Fonte: TechCrunch

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital