FBI investiga empresa israelense acusada de hackear o WhatsApp

Ferramentas do NSO Group teria sido usadas em ataques cibernéticos contra cidadãos e empresas norte-americanas, além da coleta de inteligência para governos estrangeiros
Rafael Rigues31/01/2020 14h09, atualizada em 31/01/2020 14h11

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O FBI está investigando a empresa israelense NSO Group por suspeita na participação de ataques cibernéticos contra cidadãos e empresas norte-americanas, além da coleta de inteligência para governos estrangeiros.

A NSO Group é conhecida por um software chamado “Pegasus”, capaz de capturar tudo o que acontece em um smartphone, incluindo o texto de mensagens criptografadas, além de usá-lo para gravar áudio.

Segundo a empresa, seu software e suporte técnico são oferecidos apenas a governos, que o utilizam para localizar terroristas e outros criminosos. Entretanto, de acordo com o Citizen Lab da Universidade de Toronto, jornalistas, ativistas dos direitos humanos e dissidentes em vários países foram vítimas de ataques usando spyware da NSO.

Em outubro passado, o NSO Group foi processado pelo WhatsApp, que acusa a empresa de explorar uma falha no WhatsApp para infectar e monitorar 1.400 usuários do serviço em 45 países com seu software de monitoramento. Em 10 destes países, a ferramenta teria sido usada para monitoramento e vigilância de cidadãos além de suas fronteiras.

A NSO se defende dizendo que são seus consumidores os responsáveis pelo uso impróprio de sua tecnologia. Mas nos EUA, fornecedores de ferramentas usadas em ataques e invasões podem ser processados de acordo com a lei Computer Fraud and Abuse Act (CFAA), se demonstrado que eles tinham conhecimento ou envolvimento em seu uso impróprio. A lei criminaliza o acesso não autorizado a computadores ou redes, bem como o uso de ferramentas para interceptar chamadas, mensagens e e-mails.

Segundo a empresa de consultoria FTI Consulting, software da NSO pode ter sido usado na invasão do smartphone de Jeff Bezos, CEO da Amazon, por agentes ligados ao governo da Arábia Saudita.

Fonte: Reuters

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital