Dispositivo usa seu jeito de andar como senha, e ainda carrega seu celular

Redação24/05/2017 13h12, atualizada em 24/05/2017 13h46

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Uma equipe de pesquisadores do laboratório Data61, da organização australiana CSIRO, criou um dispositivo vestível com função dupla. Ele consegue substituir as senhas usadas tradicionalmente para acessar sites ou destravar smartphones pela identificação do usuário com base no jeito que ele anda. E, de quebra, a ferramenta ainda serve como uma bateria portátil que pode ser usada para carregar o celular.

De acordo com o estudo (pdf) publicado pelos pesquisadores, o dispositivo usa uma técnica chamada de Kinetic Energy Harvesting (KEH, ou armazenamento de energia cinética). Ele é vestido pelo usuário no pulso e, por isso, fica se mexendo enquanto a pessoa caminha. O aparelho é capaz de armazenar a energia cinética gerada pelo movimento para que ela possa ser usada em seguida.

Isso, no entanto, é só metade do que o dispositivo é capaz de fazer. Como cada pessoa caminha de um jeito diferente, cada pessoa gera energia cinética para o aparelho de maneira diferente também. O dispositivo vestível consegue identificar os padrões de geração de energia correspondentes a cada usuário e, assim, identificar a pessoa com base na forma como ela anda.

Pelo andar da carruagem

Testes feitos pela equipe com 20 usuários em situações diferentes mostraram que o método – chamado de KEH-Gait – funciona, mas ainda precisa de refinamento. O dispositivo conseguiu identificar as pessoas que o estavam vestindo com 95% de precisão. Por outro lado, quando tentaram “enganar” o aparelho copiando a maneira de andar de outra pessoa, a taxa de sucesso foi de 13% – um número pequeno, mas que ainda precisa ser melhorado, como aponta o CNET.

Uma das pesquisadoras envolvidas na criação do dispositivo, Sara Khalifa, disse ao site que acredita que o estudo esteja no caminho certo. “Ele é mais seguro do que senhas porque a maneira como andamos é difícil de se imitar. E, como o método fica continuamente autenticando o usuário, ele coleta muita informação sobre nossos movimentos, tornando-se mais difícil de invadir do que senhas”, disse.

Não se trata da única maneira de identificar alguém com base na sua caminhada. Como os pesquisadores ressaltam, há um método semelhante ao deles que, em vez de usar os padrões de geração de energia cinética, usa as informações do acelerômetro do smartphone. No entanto, o KEH-Gait consome 78% menos energia – e ainda gera energia no processo.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital