A companhia aeroespacial Honeywell International anunciou a criação de um novo tipo de caixa preta para aviões. O modelo poderá fazer o envio imediato e remoto de informações em caso de acidente, bem como aumentar a quantidade de dados registrados. 

“Isso promete um tremendo valor para as investigações ao possibilitar uma visão rápida dos acidentes,” declarou o consultor de segurança aérea Bill Voss para o The Wall Street Journal. “Afinal, tem-se acesso aos dados imediatamente.”

Imediatismo não é uma opção quando se fala em recuperar informações de caixa preta. Na queda do voo 447 da Air France, em 2009, por exemplo, a caixa preta só foi recuperada no Oceano Atlântico mais de dois anos depois e as buscas no mar custaram R$ 40 milhões, de acordo com a CNN.

“Felizmente, eles acharam as caixas”, informou o inspetor de Segurança em Transporte Nacional, Greg Feith. “Pode ser, entretanto, que amanhã se perca outra aeronave e não se tenha a mesma sorte.”

Esse foi o caso do voo MH370 da Malaysian Airlines, que se perdeu misteriosamente em 2014. Apesar das buscas, a nave e sua caixa preta nunca foram encontradas — 239 famílias ficaram apenas com as mortes presumidas de seus parentes.

A atualização das caixas pretas já está em debate há alguns anos

Já há alguns anos, a atualização da tecnologia das caixas pretas se tornou um debate público — afinal, muitos viajantes se perguntam o motivo de ser possível usar uma conexão wi-fi em smatphones, notebooks e tablets durante os voos, mas as caixas pretas não serem contempladas com a tecnologia.

O The Wall Street Journal observa que está em curso um debate entre especialistas da indústria aeroespacial sobre dados em streaming versus dados físicos. Poderiam ser usados, por exemplo, gravadores destacáveis seriam ejetados da cauda do avião e flutuariam na água em caso de acidentes. “A importância de um gravador confiável para as vozes da cabine e os dados do voo não pode ser exagerada,” diz Bem Driggs, presidente de serviços e conectividade da Honeywell.

A companhia trabalha com a Curtiss-Write, que fabrica gravadores de voz da cabine e informações de voo. A ideia é “desenvolver a próxima geração de gravadores que aproveitam nossa expertise em hardware e software para atender ao requisito de 25 horas e, assim, identificar as informações certas e fornecê-las para as operadoras de linhas aéreas quando elas forem necessárias”.