Desde 2004, as ameaças para celulares vêm crescendo em progressões geométricas ano a ano. Hoje, tido como padrão pelo volume de aplicativos disponíveis no mercado, os tipos de pragas digitais são de diversos tipos de malwares: vírus, worms, cavalos de tróia, ransomware, spyware, adware entre outros.
O adware (do inglês advertisement = propaganda, e software = “programa”), programa que consiste em exibir grande quantidade de anúncios sem permissão do usuário, instalado de modo não autorizado pelo usuário, pode trazer problemas, como levar a uma infecção por malwares, que podem causar diferentes tipos de danos, alterações ou roubo de informações (confidenciais ou não).
Só nos últimos dois meses, empresas especializadas em segurança da informação divulgaram vários alertas sobre aplicativos maliciosos presentes em lojas oficiais, como a Play Store, do Google. Foram mais de 100 aplicativos que atingiram cerca de 309 milhões de usuários.
Para não serem descobertos, esses adwares se utilizam de variadas táticas de camuflagem. Quando instalados, eles ocultam o próprio ícone e o substituem por um atalho. Ou ainda, caso o usuário tente desinstalá-lo, apenas o atalho é apagado, dando a falsa impressão de que foi realmente desinstalado do celular; outros, exibem apenas uma mensagem de erro, fazendo o usuário pensar que nada foi instalado no aparelho; outros, adotam um ícone genérico e alteram o nome para se passarem por um serviço do sistema ou ferramenta do fabricante do smartphone, como “Updater”, “Time Zone Service” ou “Backup”. Desta forma, o usuário não suspeitará de nada se, porventura, for conferir a lista dos aplicativos instalados na tela de configurações.
Para quem já foi vítima desses apps, o engenheiro de sistemas da Sophos, Rafael Foster, dá algumas dicas para diminuir as chances de ser pego desprevinido:
- Sempre procure baixar aplicativos de lojas oficiais;
- Use um bom antivírus (saiba quais são os mais indicados em nosso Laboratório Digital);
- Leia os comentários dos demais usuários;
- Verifique qual empresa desenvolveu a aplicação e de qual empresa se trata;
- No Android, veja quais aplicativos estão sendo executados no menu configurações; desinstale todos que não utiliza;
- É importante também configurar quais permissões os aplicativos instalados têm sobre o sistema. Atenção à permissão de administrador que certos apps requerem (com a permissão, eles podem modificar configurações do aparelho);
Para aqueles que não encontraram nenhuma aplicação visível desconhecida ou duvidosa, mas que ainda não se sentem completamente seguros de algum resquício deixado por esses apps, o arquiteto de nuvem e ex-desenvolvedor de aplicativos para Android, Cesar Nogueira, sugere uma opção eficaz, porém um pouco mais trabalhosa: a restauração do sistema operacional.
O reset do telefone é a forma mais segura de se certificar que todo dispositivo está “limpo”, pois retorna o aparelho às configurações de fábrica. Para quem possui o aparelho Motorola One Zoom, por exemplo, basta ir em Configurações > Sistema > Opções de Restauração > Apagar todos os dados (restauração de fábrica) > Restaurar telefone. Esses passos podem sofrer leves mudanças de aparelho para aparelho Android.
Para quem optar pelo procedimento, deverá fazer o backup das informações pessoais antes de prosseguir com a limpeza total do dispositivo. O profissional alerta que o usuário deve ter cuidado na hora de baixar a cópia dos arquivos alocados em nuvem, fazendo a seleção minuciosa dos apps que serão reinstalados no celular.
É importante saber que há também o uso de adwares de forma legítima, que são utilizados por desenvolvedoras de software gratuito. Nesses casos, em específico, a instalação passa a ser opcional e previstas em um contrato de licença, que é exibido durante a instalação.