Na última semana, nos Estados Unidos, o procurador-geral adjunto para segurança nacional, John Demers, usou uma transmissão virtual para afirmar que o governo da Coreia do Norte está envolvido em ataques cibernéticos que visam roubar bancos de outros países.
Organizado pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o webinar contou com a participação de representantes do alto escalão da política americana, que comentaram sobre o posicionamento da China e da Rússia, que são aliados do governo de Kim Jong-un, sobre o assunto.
“Eles [Coreia do Norte] realmente o usaram para roubar bancos e dinheiro. Esse não é realmente o comportamento que vemos na China, na Rússia ou mesmo no Irã, apesar das sanções contra o Irã”, disse Demers. “A Coreia do Norte é única nesse sentido”.
O procurador disse que, apesar de a China não praticar ações como essas, o país apoia o regime coreano por meio do compartilhamento de conhecimento e de treinamento. Para ele, a China também não concordaria em trabalhar em uma parceria com os EUA para investigar o programa hacker.
“Pequim [capital da China] não quer que Pyongyang [capital da Coreia do Norte] falhe, e esse é o maior obstáculo para impor sanções ao Norte”, comentou John.
Coreia do Norte também tem tentado usar o mercado das cripmoedas para burlar sanções econômincas. Foto: iStock
Ele também falou sobre como os Estados Unidos estão trabalhando para coibir as ações hackers: “chamando a atenção para esta atividade e educando a população, nacional e estrangeira, para responder às atividades ilegais”, concluiu.
Em agosto, as agências federais americanas emitiram um alerta dizendo que o governo norte-coreano havia retomado sua campanha de assaltos a bancos, voltando a fazer o que não faziam desde o mês anterior.
Golpes em outros países
A Coreia do Norte tem sido acusada de envolvimento em diversos casos de golpes a bancos de outros países. Em 2019, por exemplo, um grupo de cibercriminosos realizou ataques contra caixas eletrônicos da Índia.
Neste caso, uma empresa russa de segurança digital identificou o grupo autodenominado Grupo Lazarus como autores do ataque. Para a ação, a quadrilha virtual desenvolveu um malware, o ATMDTrack, que registrava e roubava os dados de cartões inseridos nas máquinas de autoatendimento.
Fonte: The Korea Herald