A superfície de Vênus é um ambiente caótico, que desafia as iniciativas de exploração espacial. Por lá, as temperaturas atingem 464 graus Celsius e a pressão atmosférica é 92 vezes maior que a da Terra ao nível do mar. A missão Calypso Venus Scout pode ser a resposta para essa dificuldade.

Ela sugere que uma sonda espacial pendurada em um balão massivo seja usada para investigar o mundo venusiano. O objetivo é solucionar dois desafios: a temperatura da superfície do planeta e as camadas de nuvens densas que impedem medições precisas do solo.

A proposta consiste em posicionar um balão um pouco acima das nuvens do planeta, a uma altitude estimada de 50 quilômetros. Uma vez posicionado, ele liberaria um módulo preso por um cabo de 15 a 30 quilômetros de comprimento. A ideia é que a sonda permita uma observação precisa da superfície do planeta com ondas infravermelhas.

Estima-se que a temperatura nesse nível seja em torno de 130 graus Celsius. Se, ainda assim, houver aquecimento do interior no módulo, a sonda pode ser levada a uma altitude segura e o tempo de recuperação pode ser usado para transmitir os dados coletados para a Terra.

Uma das principais vantagens do modelo é que o balão pode se deslocar com os ventos venusianos. Isso garante que seja feito o mapeamento de amplas faixas da superfície do planeta.