A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica tem sido associada à covid-19 em todo o mundo. No Brasil, foram registrados 197 casos até o fim de agosto, segundo o Ministério da Saúde.

A doença afeta principalmente crianças e adolescentes: 140 pacientes tinham menos de 10 anos quando adoeceram. Entre maio e agosto, a síndrome pode ter causado a morte de pelo menos 14 pacientes no país. No momento, esses óbitos estão em investigação.

A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica é caracterizada por sintomas como febre, dores abdominais, diarreia, náuseas, vômitos, erupções cutâneas ou manchas na pele, conjuntivite e aumento da atividade anti-inflamatória. Em alguns casos, o paciente desenvolve sintomas respiratórios e disfunção cardíaca.

A maioria dos pacientes que desenvolve a síndrome é do sexo masculino, tem até 9 anos de idade e não apresentava doenças crônicas preexistentes. Embora o número de casos da doença seja pequeno, um estudo do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que a síndrome pode acometer de 10% a 15% das crianças que precisam ser internadas pela covid-19.

Em maio, a doença já havia sido identificada nos Estados Unidos. Segundo os médicos americanos, os casos começaram a aparecer cerca de um mês depois do início do surto de covid-19. Leonard Krilov, diretor de pediatria do Winthrop Hospital, da Universidade de Nova York, isso sugere uma resposta imune pós-infecção.