Paciente com suspeita de coronavírus é instruído a voltar ao trabalho

Roseli Andrion16/03/2020 21h53, atualizada em 16/03/2020 23h12

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Depois de dias de trabalho na montagem do Festival Grls!, o cenógrafo Caio Prado começou a se sentir mal. Com febre alta, tosse seca e cansaço extremo, ele se dirigiu a uma unidade básica de saúde no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

Lá, informou que havia tido contato com estrangeiros e que estava com sintomas compatíveis com Covid-19. Foi orientado a procurar uma unidade apta a lidar com esses casos. Dirigiu-se, então, ao pronto-socorro na Lapa.

Mesmo com sintomas agudos, ele foi enviado para casa sem que um teste de detecção de coronavírus fosse feito. Pior: com a recomendação de voltar a trabalhar no dia seguinte. Prado chegou até a ir para o trabalho, mas como os sintomas pioraram, voltou para casa e optou por se autoisolar.

O início dos sintomas ocorreu há cerca de dez dias e Prado pretende ficar 14 dias em casa isolado. Da equipe que trabalhou no mesmo festival, a chefe do cenógrafo começou a ter tosse seca alguns dias depois dele. E continuou indo normalmente ao trabalho.

Prado conta que já notou melhora dos sintomas, mas ainda não sabe se está com Covid-19, já que não fez o exame para diagnosticar a doença. Ele até pensa em fazer um teste na rede particular de atendimento médico se não vir o fim dos sintomas nos próximos dias.

Agora que já há transmissão comunitária em São Paulo, a recomendação é de que só sejam feitos exames para a detecção da Covid-19 em quem apresenta sintomas graves da doença, como dificuldade respiratória. Quando Prado procurou o atendimento, entretanto, ainda não havia transmissão comunitária e, mesmo assim, o teste não foi feito.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital