A gente sempre ouve falar de empresas que sofreram vazamentos de dados e deixaram informações de seus usuários à mostra. Ou dos esforços que companhias como o WhatsApp e o Google fazem para proteger as informações de seus usuários. Essas falhas são possíveis por causa das propriedades físicas dos meios de comunicação que a gente usa.
Mas e se existisse um meio de comunicação que fosse impossível de se interceptor? Pois ele existe: é a comunicação quântica. Ela já vem sendo usada em alguns casos, e o professor Martinelli é um especialista no assunto no Brasil Ele conversou com a gente para explicar como ela funciona.
Esse sistema transmite informações por meio de fótons, que são como partículas de luz. Os fótons já são usados em sistemas tradicionais para transmitir os 1s e 0s que compõem a linguagem dos computadores. Você pode associar a oscilação vertical dos fótons ao bit “um” e a oscilação horizontal ao bit “zero”, por exemplo. Assim, uma máquina que receba os fótons do outro lado saberá interpretar a mensagem
Só que quando a gente usa propriedades da mecânica quântica, as coisas podem ficar um pouco mais interessantes.
Pensar que uma partícula pode estar em dois estados ao mesmo tempo pode ser meio confuso, mas isso nem é o mais interessante. O mais interessante é o que acontece se alguém tenta interceptar a informação enviada nesse sistema.
Pois é. Se alguém conseguisse interceptar uma mensagem enviada por meio de um sistema desses, a pessoa estaria desafiando as próprias leis da física. E, logicamente, já tem gente interessada no sigilo e na privacidade que a comunicação quântica oferece.
Faz sentido que bancos e comissões eleitorais invistam nessas tecnologias de ponta para proteger seus dados. Mas para outras aplicações, é provável que essa tecnologia demore bastante tempo para chegar – se é que ela chegará algum dia.