Todos os organismos vivos têm genoma. É ele que contém as informações genéticas hereditárias daquele ser. Compreender o genoma, então, ajuda a estudar os seres a quem aqueles dados pertencem. Em linguagem técnica, esse levantamento é conhecido como sequenciamento de genoma.
Esse processo é feito, por exemplo, quando se quer descobrir a paternidade de alguém. Nesse caso, a técnica ficou conhecida como teste de DNA e é capaz de indicar quando um indivíduo é de fato pai ou mãe de outro.
No caso de outros seres vivos, o método é exatamente o mesmo. E é essa técnica que permite conhecer detalhes sobre vírus e bactérias para desenvolver formas de combatê-los quando necessário.
Antes de entender como funciona o sequenciamento do genoma, é importante saber que ele é composto por nucleotídeos. Esses elementos também são conhecidos como bases e são formados por pequenos pedaços, representados por diferentes letras.
Cada ser vivo tem uma quantidade diferente de nucleotídeos. O genoma de um ser humano, por exemplo, tem cerca de 3 bilhões dessas bases. Para saber qual o sequenciamento completo de um genoma, então, é preciso determinar cada uma delas e em que ordem elas se encontram.
O sequenciamento de genoma, então, pode ser definido como os processos bioquímicos que permitem identificar cada nucleotídeo em uma cadeia de DNA ou RNA. Dessa forma, a informação genética do organismo vivo em estudo pode ser lida letra a letra na sequência em que elas aparecem.
O primeiro passo para começar o processo de sequenciamento é preparar a amostra a ser utilizada. Para isso, é necessário submeter o fragmento de DNA ou RNA que se quer analisar a uma sequência de procedimentos. Durante esse processo, são inseridos diferentes reagentes na amostra e elas são submetidas a várias etapas.
Uma vez que a amostra esteja preparada, ela é inserida em um sequenciador. No interior desse dispositivo, há proteínas com nanômetros de diâmetros submetidas a uma corrente elétrica. E é justamente ali dentro que o processo de leitura das bases acontece.
Então, para fazer o sequenciamento, é necessário digitalizar pequenos trechos do genoma para que os nucleotídeos possam ser lidos separadamente. Como a quantidade de bases em geral é muito grande, a análise é feita com o auxílio de recursos computacionais de bioinformática.
Depois que cada um dos nucleotídeos é examinado, é possível remontar a sequência na ordem correta com o auxílio de algoritmos específicos. Por isso, o avanço da tecnologia tornou possível processar genomas em menor tempo.
Quando se está fazendo um teste de DNA para determinar a paternidade de um indivíduo, por exemplo, a sequência de bases obtida após o sequenciamento é comparada com a do suposto pai ou a da suposta mãe. No caso de outros organismos vivos, são usados genomas-referência para fazer essa verificação.
Depois que o sequenciamento de genoma é concluído, há várias aplicações possíveis. No caso do ser humano, por exemplo, as informações podem ser usadas para determinar possíveis alterações genéticas. Já no caso de vírus, elas permitem desde saber como agir diante daquele microrganismo, dependendo de quão infectante ele é, até criar vacinas para combatê-los.