Maior economia da América Latina. Esse título é do Brasil, já que o país contribui com 1/3 do Produto Interno Bruto, o PIB, da região. Um país tão grande em tamanho tem problemas igualmente grandes para resolver.
É por isso que, por aqui, as startups encontram terreno tão fértil para se desenvolver. Essas empresas, em geral, são criadas para resolver problemas crônicos. Quer um exemplo? Há alguns anos, o transporte urbano era bastante dependente dos táxis – hoje, as opções são mais amplas.
Outro exemplo? Alugar um apartamento atualmente é bem menos burocrático do que quando só havia as imobiliárias convencionais. Mais um? Hoje é mais fácil ter conta bancária e cartão de crédito do que há cinco anos.
Todas essas dificuldades foram sanadas por startups. Eram problemas tão graves que as empresas que os resolveram não param de crescer. E, com isso, elas ganham cada vez mais projeção.
Aquelas que atingem o valor de mercado de US$ 1 bilhão, ganham a denominação unicórnio. Afinal, elas ainda são poucas – é verdade que os unicórnios nem existem, mas a comparação lúdica é válida. No Brasil, há atualmente 11 unicórnios em diferentes segmentos.
Entre as mais novas está o Quinto Andar, que existe desde 2013. Em setembro de 2019, a empresa recebeu um aporte de US$ 250 milhões durante uma rodada de investimentos liderada pelo fundo japonês Softbank Group. E aí passou a valer mais de US$ 1 bilhão.
A primeira unicórnio do Brasil foi a 99. Isso ocorreu em janeiro de 2018, quando ela recebeu um aporte de US$ 300 milhões da chinesa Didi Chuxing e seu valuation atingiu US$ 1 bilhão. De lá para cá, o crescimento da empresa continuou acelerado: a quantidade de corridas mensais aumentou 40 vezes nesses dois anos.
E esses investimentos têm aumentado muito aqui no Brasil. Em 2019, foram 80% maiores que em 2018. No decorrer do ano passado, US$ 2,7 bilhões vindos de capital de risco e distribuídos em 260 aportes foram parar nas contas de várias startups. Isso pode significar que 2020 vai ser ainda mais movimentado para esse ecossistema.
Nesse cenário, quem pode sair ganhando são as startups que ainda estão um pouco longe de se tornarem unicórnios, mas que já mostram potencial para atingir essa marca. Elas foram chamadas de minicórnios pela Tracxn, uma empresa de análise que monitora o segmento.
Em um relatório publicado recentemente, a Tracxn apresenta as fintechs que classifica como minicórnios. Claro que elas precisam se desenvolver mais para atingir o objetivo, mas seu crescimento rápido indica que elas já sabem mais ou menos qual caminho seguir.
Uma delas é a RecargaPay, que hoje tem 3 milhões de clientes ativos mensalmente. E a empresa já recebeu dois aportes de capital de risco. No total, eles somam US$ 29 milhões.
Olhar a trajetória dessas startups pode ser um bom começo para as empresas que ainda estão no início da caminhada. É comum até que elas saibam que vão errar muito no processo de calibrar a oferta de serviços às necessidades do cliente.
É o que tem feito a Truora, startup de combate a fraudes. Com apenas 1,5 ano de existência, a empresa espera aumentar em 30 vezes a quantidade de pessoal no escritório de São Paulo em 2020. No momento, ela tem mais de 20 vagas abertas para integrar a equipe.
Ter uma solução para um problema não basta para garantir que uma startup vai ser bem-sucedida, mas esse certamente é um componente muito importante. Além disso, é essencial que o modelo possa crescer de modo uniforme.
Toda a movimentação trazida pelas startups tem beneficiado muito o consumidor ao melhorar a qualidade dos serviços prestados em diferentes segmentos. Então, se você vir um unicórnio por aí, não se espante: ele provavelmente vai ajudá-lo em caso de dificuldade.