Carrinhos, bonecas e lápis de cor estão perdendo espaço. A concorrência é forte: telas cheias de cores brilhantes e conteúdo praticamente infinito. O problema é que essa realidade preocupa! É unanimidade entre especialistas; o tempo de tela excessivo é um risco para a saúde das crianças. E, ao mesmo tempo que algumas empresas de tecnologia parecem se mostrar preocupadas com a situação, na contramão lançam produtos e serviços para atrair cada vez mais jovens para o mundo conectado. A mais recente (e polêmica) oferta é o Messenger Kids, o novo aplicativo do Facebook para crianças a partir dos seis anos…
O Facebook defende que o objetivo da nova ferramenta é garantir mais controle aos pais e, consequentemente, segurança aos pequenos conectados. Mas a iniciativa vem sendo alvo de uma enxurrada de críticas pesadas. Em uma carta aberta liberada pela Campanha para Infância Livre Comercial, com sede em Boston, nos Estados Unidos, mais de 110 especialistas, entre médicos, educadores e especialistas em saúde infantil, pediram para que Mark Zuckerberg voltasse atrás e excluísse o Messenger Kids. Segundo eles, as crianças mais novas não estão prontas para ter contas em redes sociais e consideram irresponsável o ato de encorajar crianças pré-escolares a usarem um produto no Facebook.
Mundialmente, muitos pediatras simplesmente não recomendam qualquer exposição a telas interativas por crianças de até três anos de idade. Após isso, claro, é impossível fugir da tecnologia e tudo o que ela oferece, mas é preciso haver controle.
Na casa da Suelen, o Yuri ganhou seu primeiro celular no ano passado, com 10 anos. Hoje usa o computador, joga videogame e, claro, passa um bom tempo no smartphone. A menorzinha, a Nicole, aos 6 anos já tem seu próprio tablet. A mãe garante que vive atenta; olhos de águia. Sua maior preocupação não é exatamente com o tempo de exposição das crianças às diferentes tecnologias – mesmo porque, segundo ela, os dois já nasceram imersos em bits e bytes. Para ela, que chegou a experimentar o Messenger Kids, o maior risco é em relação à segurança dos pequenos no mundo virtual.
Crianças se desenvolvem através dos sentidos, de contato humano. Mas há quem defenda que, com equilíbrio, o uso da tecnologia por crianças já perto dos 10, 12 anos se torna mais um elemento no desenvolvimento dos menores.
Agora se a criança mergulha de maneira descontrolada no mundo digital, os riscos são grandes. Estudos associam o tempo de tela excessivo à fala retardada, perda de sono e outros males que vão de a ansiedade a depressão…