A Claro foi a última grande operadora brasileira a entrar na onda do “melhor que o 4G”. Recentemente, a empresa anunciou o plano 4.5G, que promete internet móvel mais rápida que o 4G normal aos clientes da provedora.
No entanto, a Claro não é a única a oferecer um “4G melhorado”. A Vivo, por exemplo, oferece um “4G+”, que também promete ser uma versão mais rápida da geração mais veloz de internet móvel disponível no Brasil.
Na realidade, o “4.5G” da Claro e o “4G+” da Vivo são nomes diferentes para um mesmo padrão, chamado de LTE Advanced (no caso da Claro, é o LTE Advanced Pro). Trata-se de um sistema formalizado em 2011 pela 3GPP (3rd Generation Partnership Project), uma organização internacional de telecomunicações.
Para entender o que o LTE Advanced faz, primeiro precisamos repassar o que são as redes 2G, 3G e 4G que conhecemos. Cada “G” desses termos se refere uma geração de tecnologia de internet móvel, sendo a mais recente, a quarta geração, chamada de 4G.
2G e 3G
Para a internet móvel oferecida pela sua operadora chegar ao seu celular, o sinal é transmitido por ondas de rádio a partir de antenas. As redes de 2G usam um padrão chamado GSM que, no Brasil, ocupa as faixas de 900 Mhz e 1900 Mhz. A velocidade da internet varia de 40 Kbits por segundo até 500 Kbits por segundo.
O 3G, mais famoso no Brasil atualmente, já usa um novo padrão chamado oficialmente de IMT-2000, que foi certificado pela União Internacional de Telecomunicações no começo dos anos 2000. Mas dentro dele, há outras padronizações mais específicas que são escolhidas por cada operadora.
No Brasil, a faixa mais usada para o 3G é a de 1900 e 2100 Mhz, mas há quem utilize as de 900 e 1700 Mhz, anteriormente utilizadas também pelo 2G. Tudo depende da estrutura da operadora, da área de cobertura e da velocidade da internet.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, pode ser considerada 3G uma internet móvel com velocidade superior à de de 200 Kbits por segundo, chegando a alguns Megabits por segundo dependendo da tecnologia usada pela operadora.
4G
Chegamos, finalmente, ao 4G. A quarta geração foi padronizada também pela 3GPP e, no Brasil, tem reservadas as faixas de 2500 Mhz e 1800 Mhz onde não há mais 2G. Mas com o fim da TV analógica em algumas regiões do país, a cobertura tem crescido, incluindo as faixas de 700 Mhz em alguns cantos.
Normalmente, a velocidade média de uma conexão 4G no Brasil deve ficar em torno dos 20 Megabits por segundo, mas pode chegar, em tese, a até 300 Mbps. Tudo depende, de novo, da infraestrutura da operadora, cobertura do sinal e também das antenas disponíveis no seu telefone.
4.5G, 4G+ e LTE Advanced
O que algumas operadoras chamam de “4G+” ou “4.5G” é uma versão levemente superior ao 4G tradicional, mas ainda não tão avançado quanto o vindouro 5G. O padrão, definido como LTE Advanced, combina até cinco faixas de transmissão para aumentar a largura da banda e entregar mais dados de uma vez.
Em teoria – e, novamente, tudo depende da estrutura das operadoras e dos componentes do celular -, o LTE Advanced suporta velocidades de até 1 Gbps. No Brasil, Vivo e Claro combinam as duas faixas já disponíveis para o 4G, 2600 MHz e 1800 MHz, além da de 700 MHz nos locais onde não há mais TV analógica, para expandir ao máximo a largura da banda.
No caso específico da Claro, a operadora diz usar um padrão ainda mais recente chamado LTE Advanced Pro, que além de combinar as faixas, também estabelece “comunicação entre torre e aparelho estabelecidos por 4 antenas de transmissão e 4 antenas de recepção” e “modulação avançada que permite transmitir mais informação digital em cada unidade de tempo”. O que, em teoria, garante conexões mais estáveis e rápidas para o celular compatível.
E o 5G?
Como explicamos acima, cada “G” representa um salto de geração que depende de avanços em toda a indústria. As operadoras precisam de sistemas e antenas mais potentes e os dispositivos (celulares e PCs) precisam de componentes mais inteligentes.
Ou seja, o 5G só vai chegar quando toda a indústria concordar em um padrão de tecnologia que defina claramente um salto de geração das conexões móveis. Mas nada impede que pequenas melhorias sejam testadas enquanto isso.
O 3G foi padronizado no ano 2000, e o 4G foi quase dez anos depois. Neste meio tempo, a internet não ficou estagnada. Operadoras e empresas de infraestrutura criaram as próprias tecnologias e padrões que aceleraram as conexões pouco a pouco até a chegada de um novo salto de geração global.
Vale lembrar também que “5G”, assim como “4.5G” ou “3.5G”, são apenas nomes comerciais usados pelas operadoras para vender mais facilmente o serviço de internet móvel de cada uma. A Tim, por exemplo, também fornece o LTE Advanced, mas não usa qualquer nome especial, chamando-o simplesmente de “4G”.
Sendo assim, não é preciso esperar a chegada do 5G para realmente perceber que a internet móvel no seu celular está melhorando. A indústria está constantemente buscando avanços tecnológicos que permitam conexões mais segurar e rápidas.
Basta ficar atento: nem sempre uma numeração maior ou diferente, como o “4 e meio G”, significa que aquela conexão é realmente um grande avanço em cima do 4G que você já usa. Em alguns casos, pode ser uma estratégia de marketing usada para alrdear um avanço “inédito”, mas que outras operadoras já possuem.