Auxílio Emergencial: tudo que fazer antes de ir para a fila da Caixa

Se dirigir pessoalmente até a agência da Caixa - e assim se expor ao novo coronavírus - deve ser a última etapa da solicitação do auxílio emergencial. Veja aqui como resolver quase tudo online
Renato Mota06/05/2020 18h18

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São inúmeros os relatos de pessoas que estão tendo dificuldade com o aplicativo “Caixa Tem”, disponibilizado pela Caixa Econômica Federal para o pagamento do auxílio emergencial em decorrência da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

Até a manhã desta quarta-feira (6), o app já tinha mais de 82 milhões de downloads, e de acordo com o banco, mais de 51,1 milhões de cidadãos se cadastraram para solicitar o benefício. O site auxilio.caixa.gov.br superou a marca de 696 milhões de visitas, enquanto a central de atendimento telefônico 111 registrou mais de 130 milhões de ligações.

Ainda assim, muitas pessoas têm ido às agências mesmo sem ter cumprido todas as etapas do cadastro via internet/aplicativo, aumentando ainda mais as já gigantescas filas – e correndo o risco de se expor à Covid-19. Por isso, preparamos um passo a passo do que fazer antes de ir até a Caixa mais próxima da sua casa, com soluções para alguns dos problemas que possam surgir.

Antes de solicitar

Para que você possa ter direito a receber este auxílio emergencial é necessário saber, é claro, se você se enquadra na regra dele. De acordo com as informações dispostas no site da Caixa, estas são as regras:

  • Ser maior de idade;
  • Não ter emprego formal;
  • Renda familiar per capita de até meio salário mínimo (R$ 522,50) ou renda familiar mensal de até 3 salários mínimos (R$ 3.135,00);
  • Não ter recebido rendimentos tributáveis em 2018 acima de R$ 28.559,70;
  • Exercer atividade como microempreendedor individual (MEI) ou ser contribuinte individual ou facultativo do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) ou ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico);
  • Ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020.

Quem já estava inscrito no Cadastro Único até o dia 20/03 e beneficiários do Programa Bolsa Família recebem o benefício automaticamente e não precisam se cadastrar. Os demais devem fazer o cadastro pelo site criado pela Caixa ou no app “Auxílio Emergencial”, disponível para baixar nas lojas Google Play e App Store.

Para mais detalhes de como se cadastrar para receber o auxílio emergencial da Caixa, confira AQUI nosso tutorial completo.

O aplicativo

Como boa parte dos brasileiros não têm acesso à internet – e esse número aumenta muito entre as pessoas que são alvo do benefício – muitos recorrem a amigos ou parentes para fazer o cadastro. Realizar mais de uma inscrição em um mesmo aparelho de celular ou navegador pode gerar alguns erros, como “telefone inválido” ou “CEP inválido”.

Para isso, é preciso limpar a memória cache da aplicação. Para isso, siga os seguintes passos:

  • Entre nas configurações do celular
  • Na opção Aplicativos, procurar os apps da “Caixa Tem”, “Auxílio Emergencial” e os seus navegadores (Chrome, Safari, Samsung Internet etc…) e escolher a opção Limpar Cache.
  • Ao acessar novamente o aplicativo o cadastro deve funcionar normalmente, já que todas as informações da inscrição anterior terão sido apagadas.

Reprodução

Outro problema comum é receber a notificação de “Aplicativo desativado” ou “Application Disabled”. Nesse caso, será necessário acessar as configurações de aplicativos do seu smartphone e permitir o acesso do Caixa Tem a itens como “Telefone” e “Armazenamento”.

Essa solução também pode ser encontrada na opção Aplicativos dentro das configurações do aparelho. Procure pelo menu “Permissões” quando encontrar o app da Caixa.

Caso não consiga habilitar a permissão, ou não saiba como fazê-lo, uma boa solução é desinstalar o app e instalá-lo novamente, e quando as permissões forem solicitadas, permiti-las.

Ainda é fundamental que o aplicativo esteja atualizado. Uma nova versão do “Caixa Tem” foi disponibilizada para download no último dia 27 de abril, e sem essa versão os beneficiários não poderão acessar funcionalidades como o saque sem cartão e a gratuidade no plano de dados. A nova versão ainda possibilita um maior número de acessos simultâneos, aumentando a capacidade do sistema nos horários de maior utilização.

Análise

A espera pela aprovação ou não do cadastro do Auxílio Emergencial é um dos maiores questionamentos dos solicitantes. As informações coletadas são enviadas à Dataprev para avaliação dos requisitos previstos na lei.

Além do site e do aplicativo disponibilizado pela Caixa Econômica Federal, o cidadão pode acompanhar o andamento do pedido pelos endereços https://consultaauxilio.dataprev.gov.br e www.cidadania.gov.br/consultaauxilio. Nos sites, é possível verificar todos os detalhes do cadastro, incluindo o envio dos dados para a Dataprev, resultados de análises, datas de recebimento e até informações sobre o motivo de uma possível resposta negativa de recebimento do auxílio.

Para quem realizou uma segunda solicitação, seja por ter sido negado ou por dados inconclusivos, é possível alternar a consulta entre os pedidos. Para realizar a pesquisa, basta ter em mãos dados como CPF, nome completo, nome da mãe e data de nascimento.

Segundo a Caixa, são motivos para negativa do Auxílio Emergencial:

  • Ser menor de 18 anos;
  • Ser empregado com carteira assinada;
  • Estar recebendo Seguro Desemprego;
  • Aposentado ou pensionista do INSS;
  • Receber demais benefícios, com exceção do Bolsa Família: Benefício de Prestação Continuada (BPC); Auxílio Doença; Garantia Safra; Seguro Defeso;
  • Ser de família com renda mensal por pessoa mais de meio salário mínimo (R$ 522,50);
  • Renda familiar mensal total maior que três salários mínimos (R$ 3.135);
  • Ter tido rendimentos tributáveis, em 2018, acima de R$ 28.559,70, ou seja, que tenha declarado Imposto de Renda em 2019;
  • Cadastro como “mãe solteira” de mulher casada;
  • Cadastro de mais de duas pessoas da mesma família;
  • Limite maior que duas pessoas que recebem Bolsa Família;
  • CPF irregular (deve regularizar junto à Receita Federal;
  • CPF de pessoa falecida;
  • Cadastro em aplicativo ou site fraudulento, que não seja o Auxílio Emergencial I CAIXA.

Além dos casos acima, erros na hora de preencher os dados também podem implicar numa maior demora da verificação, ou ainda voltar com a resposta “dados inconclusivos”. São erros comuns no preenchimento:

  • Marcação como chefe de família sem indicação de nenhum membro;
  • Falta de inserção da informação de sexo;
  • Inserção incorreta de dados de membro da família, tais como CPF e data de nascimento;
  • Mais de uma pessoa realizar cadastro e houver divergência nos dados entre eles;
  • Cadastro por mais de duas pessoas do mesmo grupo familiar;
  • Inclusão de alguma pessoa da família com indicativo de óbito;
  • Se regularizou ou atualizou os dados do CPF recentemente, deve aguardar pelo menos três dias para tentar novamente.

No aplicativo ou no site, quem receber o aviso de “benefício não aprovado” pode verificar o motivo e fazer uma contestação. Se o aviso for de “dados inconclusivos”, o solicitante pode fazer logo a correção das informações e entrar com nova solicitação.

Pagamento

No cadastro, o beneficiário pode escolher se quer receber o auxílio em sua conta na Caixa ou em qualquer outro banco. Quem teve problemas para retirar os R$ 600 em outros bancos, pode receber o valor em uma conta digital da própria da Caixa. Com o aplicativo “Caixa Tem” o usuário poderá para movimentar o dinheiro ou sacar o auxílio.

A Caixa também liberou o saque do auxílio emergencial em caixas eletrônicos ou em lotéricas, para aqueles que não possuem conta bancária. A confirmação é feita com um token gerado pelo aplicativo que deve ser utilizado no caixa eletrônico. Esse token tem a duração de duas horas, então é importante gerá-lo quando o beneficiário já estiver no momento de sacar, ou será preciso solicitar um novo código.

 

O “Caixa Tem” ainda tem apresentado outros problemas, que de acordo com a Caixa têm relação com o volumoso acesso nos últimos dias. O banco informa que “implementa continuamente melhorias nas soluções de tecnologia, mas, considerando o grande volume de acessos, podem ocorrer intermitências no serviço nos momentos de maior concentração”. Em um dia, o app chegou a registrar 20 milhões de transações.

O banco ainda esclarece que todos beneficiários que chegarem às agências durante o horário de funcionamento, de 8h às 14h, serão atendidos e que não é preciso madrugar nas filas. A Caixa tem prestado atendimento às pessoas já nas filas, com prestação de informações e geração de códigos para a realização dos saques.

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital