Tirar uma foto da lua com o celular não é uma tarefa muito fácil. As lentes dos aparelhos costumam ter o ângulo aberto demais, e o cenário – um fundo todo escuro com um ponto muito claro no meio – não é dos mais propícios para fotografar. Por isso, os resultados costumam não ser mais do que um simples ponto brilhante, que muitas vezes pode ser confundido com um poste de iluminação na rua.

Ainda assim, dá para tentar contornar algumas das limitações dos smartphones e conseguir uma imagem até decente com as câmeras deles. O resultado, claro, não será tão bom quanto o obtido com lentes teleobjetivas, que são as mais recomendadas para isso. Mas, com as dicas que daremos a seguir, você ao menos poderá ter uma recordação razoável da “superlua das flores” que surgirá céus brasileiros nesta quinta-feira (7). Confira:

1 – Comece cedo: câmeras de celulares tem dificuldades em situações de pouca luz, então terá uma vantagem se começar a fotografar assim que a Lua surgir no horizonte ao final do entardecer, antes que escureça por completo.

2 – Evite o zoom digital: por melhores que sejam, as câmeras dos smartphones já deixam uma boa quantidade de ruído nas fotos tiradas em ambientes escuros. Para piorar, elas não costumam ter zoom óptico, que faz com que as lentes se aproximem do objeto que a pessoa quer fotografar. O único recurso é o zoom digital, que só tende a piorar o granulado das imagens quando aplicado. Por isso, o recomendável é simplesmente não aproximar. Sim, a lua vai continuar pequena na sua tela. Mas você sempre vai poder “dar um zoom” fazendo um recorte e reenquadrando a imagem depois que ela for capturada, usando algum app de edição.

3 – Use um tripé ou um apoio: a dica é de Michael Christopher Brown, fotógrafo da National Geographic. Não é algo essencial, mas manter o celular estável ajuda a evitar as “pequenas vibrações” das mãos ou da câmera do celular”, algo que compromete a qualidade da imagem. Na falta de um tripé, é uma boa apoiar o aparelho em algum lugar fixo.

4 – Mantenha o foco: não o seu, mas sim o do celular. Como falamos acima, a lua é um ponto brilhante em um fundo todo escuro. Ao apontar o smartphone para o céu o software muito provavelmente vai tentar clareá-lo, o que vai saturar a iluminação do astro. O resultado será um “círculo branco” no meio da foto, sem nenhum detalhe.

Por isso, antes de fotografar, dê um toque na lua para que a câmera foque nela. O aplicativo já vai fazer um ajuste automático do brilho, mas você também pode arrumá-lo manualmente – uma barrinha costuma aparecer na tela assim que você define o foco.

5 – Não mire apenas no céu: como o ideal na hora de fotografar a lua é não usar zoom, você pode sempre brincar com a composição da imagem para enriquecê-la. Tente posicionar o astro entre prédios, o que ajuda na questão do equilíbrio da iluminação mencionado no passo anterior e também faz a lua parecer ainda maior do que de costume.

6 – Desative o modo noturno: muitos celulares modernos tem um “modo noturno” capaz de fazer verdadeiros milagres, mostrando detalhes de cenas que, a olho nu, estariam na escuridão completa. Esse modo funciona combinando várias fotos de longa exposição, para maximizar a captura de luz, com algoritmos de inteligência artificial para dar uma “forcinha” ao sensor.

Reprodução

Uma foto feita com o modo noturno do Google Pixel 4

Só que, como efeito colateral, este modo deixa os objetos mais claros “lavados”, incluindo a Lua. Além disso, pode arruinar o “clima” da cena, portanto recomendamos desativá-lo. Obviamente, nada te impede de experimentar, mas nesse caso não se esqueça de fazer fotos com e sem o modo noturno, para garantir os melhores resultados.

7– Modo Pro: caso o app de câmera do aparelho tenha algo do tipo, também vale a pena usar o modo Pro para ajustar a velocidade do obturador, o ISO e o brilho da imagem. Uma matéria do Lifehacker indica que o ideal para uma lua cheia é combinar uma velocidade do obturador de 1/125 com ISO 250 e abertura em f/11 (quando possível).

Os comandos Pro do Lightroom e do app de câmera da Samsung

Se a câmera de seu aparelho não tiver nada disso por padrão, dá para recorrer a outros aplicativos, como o Adobe Lightroom (que ainda faz a edição e tem versões gratuitas para Android e iOS), Darkroom (grátis para iOS) e o Open Camera (grátis para Android). Os dois primeiros deixam você controlar a velocidade do obturador e o ISO, enquanto o último dá mais controle sobre o brilho.