Em 2008 as vendas de notebooks ultrapassaram as de desktops pela primeira vez e os dispositivos portáteis consolidaram-se ainda mais, à medida que sua potência aumentou e os preços caíram. Contudo, os desktops não desapareceram. Assim como tudo em computação, a escolha correta depende de como você vai utilizar seu PC e, por fim, não ficar com aquela sensação de “será que acertei na compra mesmo?” Então leia essa matéria para ficar seguro de sua escolha e também economizar alguns reais.
Parte 1 – tamanho não é documento
A divisão básica entre essas duas classes de PC é a seguinte:
Notebooks ajustam-se ao mundo em movimento. Podem ser levados na mochila e funcionam sem precisar de uma tomada, por algum tempo, lógico. Em geral ocupam menos espaço e não requerem a compra de um monitor em separado.
Desktops têm muitos fatores a seu favor também. E indo direto ao ponto mais forte: em geral oferecem mais potência, maior capacidade de expansão e tudo por um custo menor. Também são mais fáceis de atualizar, consertar e personalizar, motivo pelo qual continuam a ser a opção preferida de quem gosta de jogos, por exemplo. Eles também costumam ter alto-falantes melhores, mais opções de periféricos e teclados maiores.
Dito isso, não há mais nenhuma regra rígida. Alguns mini desktops são tão pequenos e discretos quanto notebooks. Portanto, se sua necessidade é apenas não ocupar espaço, um mini-desktop pode ser a solução. E o tamanho não é documento: eles também usam processadores de desktops comuns e, portanto, alcançam o mesmo desempenho. Mas a parte negativa é que, mesmo pequeno, um desktop ainda usa muitos fios.
O cabo de força, o cabo de dados para o vídeo (que também precisa de um cabo de força) e lembre do teclado e mouse. Geralmente, esses dois periféricos que acompanham o desktop na compra, usam fios para serem conectados. Não é algo grave, mas você precisa saber disso se está pensando na estética do ambiente. Isso pode ser resolvido com organizadores de cabos, que são itens baratos e fáceis de encontrar em qualquer loja de informática. Mas você terá um trabalho extra na instalação.
Parte 2 – Para qual atividade você vai usar o computador
Aqui a sua decisão de compra pode mudar. Pois é, a vida não é fácil mesmo. Mas se você quer acertar em cheio, não pode pensar apenas em economizar dinheiro ou espaço. Se vai trabalhar com artes gráficas, por exemplo, seja para produzir vídeos, tanto para Youtube, uma agência ou para um cliente, vai precisar de muita potência. O processo de renderizar um vídeo é algo que demanda muito tempo do processador e, quanto mais desempenho ele fornecer, mais rápido o seu trabalho chegará ao fim.
E aqui vale citar um detalhe importantíssimo. Um notebook pode executar trabalhos pesados hoje em dia, mas é preciso verificar o tipo de processador. E não estamos falando apenas de Core i3, Core i5, i7 ou mesmo o recente Core i9, todos da Intel.
Há modelos distintos de CPUs para desktops e notebooks e a compra de um notebook com processador errado para seu trabalho pode lhe dar muita dor de cabeça. Para mais informações sobre as gerações de processadores, leia a matéria que fizemos sobre o assunto.
Como o foco aqui é entender desktops e notebooks, a dica básica que precisa saber na hora da compra de um notebook para tarefas exigentes, é se o processador usa a sigla ULV. Ela significa Ultra Low Voltage e é utilizada em CPUs que privilegiam mais tempo de bateria e tem poder de processamento mais baixo. Portanto, não se engane. Não caia na história do vendedor de que o um notebook com esse processador vai dar conta do trabalho, porque não vai.
Sem entrar em detalhes técnicos de processadores, se você quer um notebook para trabalhos pesados, a melhor dica que podemos dar é: compre um notebook gamer. Não se engane, ele não serve apenas para jogos e, além do processador veloz, alguns modelos usam SSD para armazenar os programas e dados. Um SSD acessa os dados centenas de vezes mais rápido que um HD padrão.
As telas tem alta definição e, por fim, usam chips gráficos dedicados, ou seja, a CPU principal fica livre para outras atividades enquanto o chip gráfico trabalha totalmente dedicado para tarefas de edição de vídeo, foto ou qualquer outro programa que use cálculos vetoriais. São caros, mas não como antigamente. Hoje é possível encontrar modelos gamers com bom custo benefício, na faixa entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Ainda são caros para o padrão brasileiro, mas valerão cada centavo quando você conferir a sua produtividade.
Outro item que precisa ser pensado é o tamanho da tela e conforto do teclado. Se você vai trabalhar em casa ou escritório, e não precisa de mobilidade para apresentar seu trabalho aos clientes, talvez um desktop ainda seja a melhor escolha para trabalhos pesados. Quando você compra um desktop, tem a opção de instalar um monitor de vídeo grande, que oferece mais área se você vai trabalhar com muitos elementos na tela, como é o caso de um editor de vídeo ou de fotos ou ainda um autocad, por exemplo.
O teclado para desktop é outro fator de produtividade, já que usam teclas mais espaçadas e também são mais resistentes. Você também pode escolher um desktop com SSD e usar um HD como segunda unidade de armazenamento, tendo muito mais espaço extra para seus dados e arquivos.
Por fim, o desktop também pode ser montado com placa gráfica dedicada e você terá um desempenho mais dos que suficiente para seu trabalho. Pelo mesmo preço de um notebook gamer, você consegue montar um desktop de última geração para executar qualquer tarefa sem nenhum susto. E vale citar que a manutenção de um desktop é muito mais simples, assim como fazer um upgrade nele, seja HD, SSD ou placa de vídeo, por exemplo.
Parte 3 – Notebooks 2 em 1
Também chamados de notebooks conversíveis, sào aqueles em que a tela vira 360 graus, se transformando em tablet, já que os displays usam tecnologia touch. A grande vantagem é a duração de bateria, já que muitos utilizam CPUs ultra low voltage. Usá-los como tablet pode não ser tão confortável.
O fato da tela ser sensível ao toque e também usar um acabamento mais robusto para que o efeito de 360 graus seja executado, acaba por encarecer o produto.
Parte 4 – PCs All-in-one
São aqueles que usam uma tela grande e todos os componentes estão embutidos na parte de trás da tela. É uma solução para economizar espaço em casa e são fáceis de instalar, já que o monitor engloba todo o hardware, a não ser mouse e teclado, claro. Mas esse tipo de equipamento tem as desvantagens na manutenção e upgrade, que costumam ser mais trabalhosos – e caros. O preço é acessível e pode ser uma opção se você deseja uma tela grande e quer ocupar espaço menor do que um desktop tradicional.
Parte 5 – Computadores para jogos
Conforme dissemos, hoje em dia há notebooks gamers que oeferecem uma experiência tão prazerosa quanto os desktops mais parrudos. Mas se você é um aficionado de jogos, vai preferir um desktop. As vantagens estão no upgrade, principalmente na placa de vídeo. Para evoluir um computador para jogos, a peça principal é a placa gráfica. Ela faz o trabalho pesado enquanto você joga. A CPU principal é um coadjuvante quando se trata de jogos sofisticados. E assim, é mais barato fazer um update de uma placa de vídeo (mesmo que elas custem caro) do que trocar de notebook. O notebook para jogos é interessante porque você pode levar para qualquer lugar, mas o update de um chip gráfico não é possível.
Parte 5 – Checklist final
Pronto para decidir? Na dúvida, utilize essa lista antes de realizar a compra
1- Determine quais aplicativos e recursos você utiliza rotineiramente. Algum deles é altamente especializado quanto a gráficos, computação ou dispositivos de entrada?
2- Pense na frequência com que precisará movimentar o computador ou transportá-lo.
3- Teste quais tamanhos de tela e de teclado parecem mais confortáveis para você.
4- Considere se suas necessidades futuras poderão requerer atualizações e adições ao computador.