JPG, PNG, GIF e BMP – quais as diferenças entre os principais formatos de imagens?

Redação08/06/2017 16h42, atualizada em 09/11/2018 13h30

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Alguma vez já deve ter acontecido de um programa de computador lhe propor a seguinte questão: “Em que formato você deseja salvar a imagem?”. E, abaixo, uma longa lista de extensões, como .jpg, .png e mais uma sopa de letras. E então você acabou escolhendo qualquer um deles, ou escolhendo JPG porque era o mais leve.

Mas esses formatos todos de imagem não existem apenas para te confundir. Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens, e em algumas situações pode ser importante saber qual deles você deve usar. Por isso, fizemos esta pequena lista para ajudar você a entender as diferenças que existem entre os principais formatos de arquivos de imagem – e qual deles você deve usar para cada ocasião. Confira:

1. BMP

BMP é uma abreviação de “Bitmap”, ou mapa de bits. Esse nome é quase literal, porque uma imagem em formato .bmp é basicamente um arquivo que descreve quantos pixels a imagem tem, e qual é a cor de cada pixel. Para fazer isso, o arquivo inclui, para cada pixel da imagem, três valores: um para luz vermelha, um para luz verde e um para luz azul. Cada um desses valores pode ser de 0 até 255; um pixel no qual os três valores são 0 será preto, e um no qual os três sejam 255 será branco. Alterando esses valores, é possível que cada pixel da imagem tenha uma dentre 16.777.216 cores diferentes.

Os valores de cada luz variam de 0 a 255 porque cada um deles tem oito bits (ou um byte). Assim, cada pixel de uma imagem .bmp tem três bytes. Por ser um formato muito “literal”, que praticamente descreve a imagem para o computador, o formato .bmp tem ampla compatibilidade: praticamente qualquer sistema consegue reproduzir uma imagem .bmp. A principal vantagem do BMP é essa compatibilidade

O problema é que ele é muito pesado. Imagine uma imagem de 800 por 600 pixels; ela terá 480 mil pixels; se cada um dele tiver 3 bytes, a imagem final terá cerca de 1,44 megabyte, o que é espaço demais para uma imagem desse tamanho. E mais: se a imagem for extremamente simples, como um retângulo branco, ainda assim o arquivo continuará sendo enorme.

2. JPG

Primeiramente, o significado: JPG é um encurtamento da sigla JPEG, que significa “Joint Photographics Experts Group” – o nome de uma organização de fotógrafos que criou o formato. Ele é um dos formatos mais usados na internet, e o motivo para isso é simples: em comparação com o .bmp, que era o formato mais usado na internet antigamente, ele economiza muito espaço.

Para fazer isso, ele divide a imagem em blocos de oito por oito pixels e compara cada um a um dos 64 padrões representados na imagem abaixo. Em seguida, determina qual o “peso” de cada um desses padrões em cada bloco. Veja abaixo os padrões:

Reprodução

Os padrões no canto inferior direito apresentam pixels muito diferentes em um espaço muito pequeno. E nossos olhos normalmente nem conseguem ver essas pequenas diferenças. Por isso, dependendo da qualidade de compressão escolhida pelo usuário, blocos com padrões como esse são substituídos por blocos mais simples. Isso permite que o arquivo final seja muito mais leve, com pouquíssima perda de qualidade (ao menos que nós possamos perceber numa olhada rápida).

Então o tamanho reduzido é a principal vantagem dos arquivos JPG. A desvantagem é que o tipo de compressão que ele usa funciona melhor para fotos. Uma foto em .bmp tem muito poucas vantagens sobre essa mesma foto em .jpg, mas é muito mais pesada, e por isso .jpg é mais recomendado. Mas se você pegar imagens gráficas, como logos de empresas e desenhos, você geralmente acaba ficando com distorções muito perceptíveis. Veja, por exemplo, o que aconteceu com a estrela abaixo:

Reprodução

3. PNG

A sigla .png significa “Portable Network Graphics”, algo como “gráficos portáteis de rede”, e, como o nome indica, ela foi criada para facilitar a troca de imagens pela internet. Assim como o .jpg, esse formato usa compressão para reduzir o peso dos arquivos; diferentemente de .jpg, no entanto, o tipo de compressão que o .png usa não implica tanta perda de qualidade – especialmente no caso de arquivos gráficos.

Veja, por exemplo, os benefícios que o formato .png trazem àquela pobre estrela lá de cima:

Reprodução

Naturalmente, como a compressão não é tão danosa, a imagem final acaba ficando mais pesada do que se ela estivesse em formato .jpg – mas ainda é mais leve do que um .bmp, por exemplo. Com uma mistura de imagens em .png e .jpg, você consegue, por exemplo, deixar um site muito mais leve sem quase nenhuma perda perceptível de qualidade.

Mas a principal vantagem das imagens .png é que o arquivo também tem suporte a transparência. A transparência normalmente é indicada, em editores de imagem, como um quadriculado. Tudo que estiver quadriculado no editor será mostrado como transparente no arquivo, o que significa que ele terá a cor do plano de fundo do site ou da imagem. É fácil perceber que essa característica torna o formato .png bem interessante para designers de sites.

Portanto, são duas as vantagens dos arquivos .png: o bom equilíbrio entre peso e qualidade, de um lado, e o suporte a transparências, do outro. Mas esse primeiro ponto também pode acabar sendo uma fraqueza: se a imagem exige muita qualidade, pode ser melhor usar outro formato, e se ela precisa ser leve, pode ser melhor usar .jpg mesmo. Vale a pena ter isso em mente.

4. GIF

Uma característica dos GIFs você com certeza já conhece: eles podem ter vários quadros animados, o que permite que funcionem como pequenos vídeos leves e repetitivos. Essa característica fez com que o formato .gif se tornasse um dos mais amados da era pós-banda larga da internet (antes da banda larga, sites com muitos GIFs ficavam pesados demais). É difícil argumentar contra as possibilidades que isso apresenta:

Mas animação é apenas uma das características dos GIFs. A sigla significa “Graphics Interchange Format”, ou “formato de troca de gráficos”. O formato veio antes do .png e sua intenção era justamente suprir a deficiência da compressão .jpg para arquivos gráficos. Ele também usa compressão, mas de uma maneira otimizada para gráficos, como logos e desenhos.

Acontece que, como era voltado para esses tipos de imagens, ele tem algumas limitações na hora de mostrar vídeos ou fotos de coisas reais. A mais notável delas é que os GIFs só têm suporte para um máximo de 256 cores, o que é suficiente para gráficos, mas bem insuficiente para vídeos e fotografias. Essa limitação é o motivo pelo qual de vez em quando aparecem uns GIFs com cores estranhas e pontilhados. Repare, por exemplo, em como a grama fica granulada no GIF abaixo:

Por esse motivo, um novo formato chamado APNG (ou “Animated PNG”) vem se popularizando. Ele acaba com essa limitação de cores e ainda acrescenta suporte a transparências. A Apple começou a usá-lo no iMessage com o iOS 10, e o Google recentemente tornou o Chrome compatível com esse formato. Mas o reinado do formato GIF ainda deve permanecer por mais algum tempo.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital