A Apple anunciou nesta semana os novos iPhones e um recurso específico chamou bastante a atenção: a recarga sem fio. A função não é exatamente nova, e vários aparelhos ao longo dos últimos anos já contavam com ela, mas o fato é que muita gente não sabe como a tecnologia funciona.

Para começar, é importante notar que a recarga sem fio não é 100% sem fio. O celular se conecta à base de forma livre de cabos, mas essa base ainda precisa ser ligada à tomada para ser abastecida. A diferença é que o celular pode simplesmente ser colocado sobre esse dispositivo sem a necessidade de cabos, o que proporciona mais mobilidade. Você não precisa ficar tirando e colocando o fio do celular se tiver que ir ao banheiro ou para a cozinha, por exemplo, o que ajuda a melhorar a vida útil da entrada para o cabo.

Sabendo isso, é preciso entender também que existem vários padrões concorrentes de recarga sem fio. Sem entrar em muitos detalhes sobre as vantagens e desvantagens de cada um, o fato é que o padrão Qi (pronuncia-se “tchí”) tem se estabelecido como o mais forte entre as fabricantes de celular. A escolha da Apple fortalece ainda mais o padrão, o que abre espaço para bases de recarga públicas; imagine ir a algum restaurante e descobrir que, ao deixar o celular na mesa, ele ficará carregando sozinho? Se cada fabricante usasse um padrão diferente, isso não seria possível.

O modo mais comum de recarga sem fio é a indução magnética, que usa magnetismo para transmissão de energia. Entrando em mais detalhes, a base de carregamento puxa energia da tomada, criando um campo magnético ao redor do cabo dentro do carregador. Esse campo cria uma corrente dentro de uma bobina dentro do celular encostado na base, o que permite a transformação de energia magnética em energia elétrica, enchendo a bateria do smartphone.

O método de indução requer o contato direto entre o celular e a base. O padrão Qi, originalmente, previa apenas esse método de recarga, mas recentemente também incluiu a função de ressonância magnética, que cria um campo um pouco mais distante, permitindo que os celulares sejam carregados a até 4,5 centímetros de distância da base. Isso possibilita, por exemplo, que a base seja posicionada abaixo de uma mesa, embora, quanto maior a distância entre dispositivo e carregador, menor a eficiência. O método também permite que vários aparelhos sejam carregados na mesma base ao mesmo tempo.