Com o avanço do novo coronavírus e a necessidade do isolamento social, as pessoas passaram a trabalhar e estudar em suas casas. Para que isso fosse possível, passaram a utilizar aplicativos de videochamadas, e o Zoom se tornou o principal deles. Para se ter ideia de sua popularidade, em dezembro de 2019, o serviço tinha média de 10 milhões de usuários por dia. Três meses depois, esse número chegou a 200 milhões.
Agora, o diretor de mercados internacionais da empresa, Abe Smith, afirmou que o aplicativo pretende abrir um escritório no Brasil ainda este ano, adiantando os planos devido à crise. A empresa já conta com cinco funcionários que falam português e se dedicam ao mercado brasileiro. Além disso, um dos 17 servidores de dados da companhia está em São Paulo. “Temos contratações já encaminhadas e nosso escritório físico deve ser inaugurado no segundo semestre”, disse, sem confirmar a localidade da instalação.
Privacidade ameaçada
Apesar do sucesso, o Zoom viu seu nome ligado a diversos problemas de privacidade e segurança. Ao realizar login via Facebook, por exemplo, os dados eram transmitidos para a rede social, enquanto chamadas passaram a ser invadidas, a criptografia questionada e mais de 500 mil contas, com senhas e dados pessoais, foram vendidas na dark web.
No Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública notificou a plataforma. Segundo o aplicativo, os problemas já estão sendo resolvidos, e o escritório no país ajudaria a melhorar a conversa com clientes, investidores e autoridades do país. Os problemas não ficaram restritos ao Brasil. Empresas como Google e SpaceX, focos iniciais do aplicativo, estão entre as muitas que proibiram seu uso devido aos problemas de segurança.
Tão logo as informações negativas foram divulgadas, o Zoom iniciou as medidas para corrigi-las. “Publicamos informações quase diariamente. Publicamos um relatório de transparência. Formamos um conselho que nos permite consultar os melhores especialistas do mundo. E contratamos um consultor externo para nos ajudar com segurança e privacidade”, destacou Smith. Quanto a esse especialista, trata-se de Alex Stamos, ex-chefe de segurança digital do Facebook. Seu desafio é tornar o aplicativo confiável novamente.
Via: O Estado de S.Paulo