Passar pela quarentena tem sido um desafio para muitos em todo o mundo. Ela é necessária para tornar a curva de propagação do coronavírus mais suave, mas mexe com os mais variados aspectos do dia a dia. Na China, depois de cerca de dois meses confinada em casa, a população começa a retomar o cotidiano.
O Olhar Digital conversou com dois brasileiros que moram no país asiático e passaram pela quarentena por lá. Tiago Mendes é residente de Dalian, na província de Liaoning, e Danilo Solé mora em Guangzhou, na província de Cantão. Eles contam como tem sido esse retorno e mostram como localidades que estavam desertas há duas semanas começam a voltar à vida.
Para começar, máscara e álcool em gel fazem parte do kit básico sempre que se sai de casa. Todos os residentes têm identificação, que informa onde moram e trabalham para facilitar o controle de quem pode ser, eventualmente, um recém-chegado. Além disso, a entrada em condomínios residenciais ou corporativos passa pela verificação da temperatura individual.
Tiago e Danilo avaliam que as rígidas medidas restritivas foram essenciais para o controle da propagação da epidemia no território chinês. A China, com seus 1,4 bilhão de habitantes, teve pouco mais de 81.500 infectados e 3.285 mortes. O segundo país mais atingido, a Itália, tem 60 milhões de habitantes e já se aproxima da China em número de doentes, com quase 70 mil moradores contaminados, e tem mais que o dobro de vítimas fatais: 6.820.
As atividades têm sido retomadas progressivamente. Em shopping centers, em vez de inúmeras portas disponíveis, há apenas uma. Isso faz o fluxo de visitantes entrar de forma controlada para que o controle de temperatura com câmeras térmicas possa ser feito de forma mais eficiente.
No metrô, o processo é semelhante: há câmeras térmicas para avaliar as condições de saúde de quem circula nas estações. Para Danilo, essa foi uma das medidas mais importantes: seguranças e porteiros dos mais diferentes lugares receberam termômetros para garantir que visitantes tenham sua temperatura conferida.
Apesar do movimento cada vez mais intenso em várias localidades, o controle dos fluxos de entrada e a verificação de temperatura ainda são uma constante. E a dica mais simples é a que permanece e deve ser seguida à risca.