Teste rápido e barato de Covid-19 usa técnica de edição genética

O STOPCovid, de acordo com seus criadores, possibilita resultados em uma hora e pode custar US$ 6 (R$ 33). O teste, porém, ainda não foi regulamentado
Renato Mota05/05/2020 22h00

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Um protótipo experimental para um teste rápido e barato para diagnosticar o novo coronavírus foi desenvolvido por uma equipe de cientistas ligados ao MIT (Massachusetts Institute of Technology). Utilizando a técnica de edição de genes CRISPR, o teste seria tão simples quanto um teste de gravidez e custaria cerca de US$ 6 (cerca de R$ 33).

O site do teste, lançado nesta terça-feira (5), porém, deixa muito claro que ele ainda não foi aprovado para uso clínico. Os experimentos iniciais demonstraram sucesso, mas seu escopo foi bastante limitado: 12 pacientes doentes e um grupo controle de cinco pessoas saudáveis. O estudo que fundamenta o teste tampouco foi avaliado por outros pesquisadores.

O STOPCovid funciona a partir de uma amostra retirada de um swab nasal ou da saliva do paciente. Esse material deve ser depositado em um tubo com produtos químicos que quebram o vírus. A mistura é então colocada em um segundo tubo cheio de moléculas de CRISPR que buscam pelo coronavírus. Para funcionar, esse segundo tubo precisa permanecer a 60°C por uma hora.

A ferramenta de edição genética é normalmente utilizada para extrair um segmento de DNA de uma célula ou até substituí-lo por uma nova peça. Um dos criadores do STOPCovid é o pesquisador Feng Zhang, um dos pioneiros da tecnologia CRISPR. Ele e sua equipe encontraram um meio de reformular a técnica para a detecção do vírus. No teste, uma tira de papel com um reagente é mergulhada no tubo, e se duas linhas aparecerem, o teste foi positivo.

Os criadores do STOPCovid esperam que o teste ajude a alimentar a demanda por exames nos Estados Unidos, que possui uma meta de testar milhares de pessoas por dia para poder retomar suas atividades com segurança. “Você realmente precisa de tecnologias novas e mais distribuídas, que não exijam milhares de pessoas treinadas ou laboratórios centralizados”, afirma Omar Abudayyeh, um dos colaboradores da pesquisa.

Via: New York Times/Neoscope

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital