Paralelamente às ações governamentais, a sociedade civil tem tentado se organizar para pensar em ações que ajudem no enfrentamento à epidemia de coronavírus no Brasil.

No grupo da comunidade Paraisópolis no Facebook, há uma chamada de voluntários que estejam fora do grupo de risco. A ideia é que essas pessoas sejam responsáveis por apoiar 50 domicílios vizinhos a sua casa. Eles serão os intermediários entre a União dos Moradores e os moradores.

As atividades vão incluir a distribuição de alimentos e outros produtos (como botijão de gás, máscaras e luvas) doados para as 50 famílias das proximidades. Além disso, deverão conscientizar os moradores para assegurar que eles permaneçam em casa e não saiam. Os interessados podem se inscrever pelo neste link.

No Twitter, há um movimento semelhante, que começou no perfil da engenheira biomédica Thabata Ganga. A ideia é reunir interessados em ajudar na produção de equipamentos e acessórios que possam ser necessários durante a duração da pandemia por aqui.

Qualquer um pode se voluntariar para ajudar. Essa experiência certamente será muito enriquecedora para todos os participantes e vai ser muito importante para as necessidades que surgirão em breve.

Das ações anunciadas pela prefeitura da capital paulista, a construção de um hospital de campanha no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Pacaembu, já começou. Lá, haverá 200 leitos de baixa complexidade. Bruno Covas promete uma unidade semelhante no Anhembi. Seriam os nossos equivalentes aos hospitais construídos em poucos dias na China.

Descumprimento da orientação de isolamento e fake news

Apesar das inúmeras ações que têm surgido com o objetivo de lutar contra a propagação do vírus, há quem prefira espalhar fake news. Hoje, circulou no WhatsApp um áudio creditado a Luiz Henrique Mandetta, o ministro da Saúde. Ele fez uma coletiva de imprensa para desmenti-lo. “Não sei nem gravar áudio”, disse. “Quem fez isso é uma pessoa má, uma pessoa doente.”

Outra situação que tem sido recorrente é o descumprimento da orientação de isolamento por pessoas que estão com diagnóstico de Covid-19. Na sexta-feira, a Polícia Civil de Torres, no Rio Grande do Sul, pediu a prisão domiciliar de um jovem de 18 anos infectado por coronavírus.

Segundo o delegado Adriano Koehler Pinto, o estudante chegou da Irlanda em 12 de março já com sintomas da doença. Fez os exames e, na quarta-feira (18), o diagnóstico foi confirmado. Mesmo assim, ele descumpriu as orientações e colocou a saúde de outros em risco.

Por isso, o Tribunal de Justiça do Estado decretou a prisão domiciliar na tarde sábado (21). O jovem é procurado pela polícia e pode estar na casa de familiares em Porto Alegre. Pinto conta que, nesse caso, caberia até a prisão preventiva, mas que optou pela domiciliar para evitar o contágio.