Simulação mostra que coronavírus poderia matar 65 milhões de pessoas

Feita em outubro de 2019, a simulação mostra que órgãos competentes estão despreparados para lidar com uma pandemia mundial
Luiz Nogueira28/01/2020 11h43, atualizada em 28/01/2020 12h14

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Em outubro de 2019, 15 empresários, funcionários do governo e especialistas em saúde se reuniram em Nova York para planejar a resposta global a um surto mundial de um vírus nunca visto e completamente fictício.

Três horas e meia após o início da reunião, o grupo terminou o exercício de simulação – e, apesar dos melhores esforços, eles não conseguiram impedir que o hipotético coronavírus matasse 65 milhões de pessoas.

O exercício de treinamento possuía semelhanças perturbadoras e parecia prever os eventos ocorridos alguns meses depois, com a disseminação do coronavírus 2019-nCoV – o vírus chinês que rapidamente se espalhou pelo mundo.

A simulação foi parte do Event 201 – uma reunião que simula pandemias e faz com que pessoas influentes pensem em soluções. O vírus do exercício, chamado de “Caps”, começou com porcos brasileiros e, em seguida, infectou agricultores – algo não muito diferente de como o 2019-nCoV teria começado com animais antes de se espalhar para as pessoas.

Reprodução

Durante o exercício, o Caps infectou pessoas em todo o mundo em seis meses e, aos 18 meses de existência, havia matado 65 milhões de pessoas e desencadeado uma crise financeira global.

Entre os “participantes” da simulação do Event 201 estavam especialistas em saúde das Nações Unidas e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, além de vários acadêmicos e representantes de empresas privadas. Em outras palavras, eles são as mesmas pessoas que provavelmente planejariam uma resposta mundial a uma pandemia.

Isso torna o resultado do exercício devastador e particularmente preocupante. Mas, de acordo com os organizadores do evento, o objetivo da simulação não era provocar medo. Em vez disso, eles esperavam que isso servisse como uma experiência de aprendizado, destacando tanto o impacto potencial de uma pandemia quanto as lacunas atuais na preparação para esse tipo de problema.

Para isso, após o fim da simulação, foi criada uma lista de sete ações que os líderes dos setores públicos e privados podem executar para ficarem prontos caso um cenário semelhante ao do Event 201 aconteça.

Mesmo com as medidas de segurança, a implicação preocupante permanece. Se o 2019-nCoV atingir o nível de pandemia, talvez seja tarde demais para evitar os milhões de mortes previstas pelo Event 201.

Via: Futurism

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital