Segundo a epidemiologista Sangeeta Bhatia, dois terços do caso de coronavírus (cerca de 66%) fora da China ainda não foram detectados. Para chegar à conclusão, Bhatia e sua equipe analisaram dados do tráfego de pessoas entre Wuhan, cidade onde começou o surto, e seus principais destinos. Depois disso, usaram cálculos estatísticos para chegar à probabilidade de transmissão.

“É muito pouco o que sabemos sobre o contágio em crianças, mas, com base nos dados de adultos, se a dinâmica de infecção continuar constante, estamos detectando apenas um em cada três possíveis casos de portadores do vírus no mundo”, afirma a pesquisadora. Para chegar ao número final de vítimas, os cientistas pretendem mapear como o vírus é transmitido quando o paciente não apresenta os sintomas.

Para entender completamente a doença e saber seus riscos corretamente ainda há diversas lacunas. A origem do vírus é uma das principais informações que ainda não foram descobertas. Além disso, o mecanismo exato de transmissão e toda a gama de sintomas dos infectados também precisam ser descobertos.

Outro ponto que ainda precisa ser entendido é como o clima afeta o vírus. Antes da confirmação do primeiro infectado no Brasil, os demais países com casos confirmados estão vivendo o inverno. Portanto, ainda não se sabe como a doença vai se comportar em uma região que se em contra no calor do verão. Enquanto essas informações não são descobertas, os casos continuam a crescer e se espalhar pelo mundo, aparentemente sem uma forma confiável de conter a epidemia.

Via: Folha de S.Paulo