Pico de infecção por coronavírus deve ocorrer em abril

Roseli Andrion02/04/2020 22h06, atualizada em 02/04/2020 23h12

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Pico do contágio. Esse tem sido um assunto recorrente já há algumas semanas nas mais diversas conversas. Isso porque é ele quem define se o sistema de saúde pública tem ou não capacidade para atender à demanda de doentes diagnosticados com covid-19.

Para entender melhor esse tema, conversamos com Gonzalo Vecina Neto, que é professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, e já foi secretário municipal de saúde e diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

Ele conta que poupar o sistema de saúde pública é primordial neste momento de pandemia. Para Vecina, o pico deve ocorrer mesmo agora em abril e, por isso, é essencial que se evite o contato social.

A chegada do coronavírus ao Brasil trouxe desafios importantes. E isso não tem relação apenas com a forma de contágio e a velocidade de disseminação. O Brasil tem diferenças significativas quando comparado a países asiáticos e europeus.

Então, fazer testes na população é essencial. Isso porque a importância dos testes vai além do diagnóstico: eles ajudam a saber em que estágio de contaminação a sociedade está e como a disseminação da covid-19 ocorre por aqui.

O aumento do número de casos de covid-19 e o descompasso na quantidade de confirmações do diagnóstico por meio de testes, pode levar a uma sensação falsa em relação à doença. Essa subnotificação dá a impressão de que a doença não tem se espalhado tanto. E o pior: quando os resultados dos testes chegarem, pode parecer que houve uma explosão da contaminação em pouco tempo.

Vecina acredita que essa situação deve ser normalizada em breve, especialmente agora que o Ministério da Saúde já começou a enviar kits de testes para diversas localidades. E aí entra outro componente: quando o exame deve ser feito para que o resultado seja preciso. Alguém que foi contaminado hoje, por exemplo, se fizer o teste agora, não vai saber que está com coronavírus.

Além dos testes, foi necessário adquirir equipamentos para automatizar a análise dos exames. Afinal, a capacidade precisou ser aumentada rapidamente em um curto período de tempo.

Na quarta-feira, o ministério da Saúde informou que tem planos de implantar uma política constante de testes e usar o modelo já aplicado nos Estados Unidos: o drive thru.

Acompanhe a parte final desta entrevista com Gonzalo Vecina amanhã, aqui no Olhar Digital News.

Colaboração para o Olhar Digital

Roseli Andrion é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital