Pesquisadores estudam luz ultravioleta mais segura para combater vírus

Simulações de computador apontam que algumas frequências são mais seguras e não causam inflamações e dores na pele ou nos olhos
Rafael Rigues28/05/2020 13h27

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Pesquisadores da Universidade de St. Andrews e do Hospital Ninewells, na Escócia, realizaram simulações de computador para estudar o impacto de lâmpadas UVC, usadas na desinfecção de ambientes, na pele humana.

O objetivo era determinar se esta frequência mais “curta” de luz ultravioleta pode causar os mesmos problemas associados a frequências como o Ultravioleta A (UVA) e Ultravioleta B (UVB).

“A atmosfera terrestre nos protege absorvendo toda a radiação UVC emitida pelo Sol, e devemos ter o cuidado de nos proteger de algumas lâmpadas UVC desinfetantes que são conhecidas por causar danos à pele”, disse Isla Barnard, estudante de doutorado em física médica em St. Andrews.

Lâmpadas germicidas baseadas em luz UVC são reconhecidamente capazes de matar bactérias e vírus, e há décadas são usadas para desinfecção de áreas hospitalares e centros cirúrgicos. Mas é necessário que não haja pessoas no local, porque as lâmpadas emitem luz em um comprimento de onda de 254 nm que pode penetrar os olhos e a pele, causando inflamação e dor.

“Usando um modelo de computador, mostramos que luz UVC com comprimentos de onda mais longos pode danificar a pele, enquanto ondas mais curtas, com comprimento inferior a 230 nm, penetram nela de forma muito mais limitada”, diz Barnard. Mais especificamente, ondas com comprimento por volta de 222 nm parecem ser as mais seguras, já que nossa pele absorve a luz e fornece uma barreira protetora natural.

Segundo o Dr. Ewan Eadie, da unidade de fotobiologia do Hospital Ninewells, “nossas novas simulações suportam pesquisas de laboratório já existentes que mostram que as camadas superiores da pele fornecem uma proteção natural contra luz UVC com comprimentos de onda mais curtos”.

Lâmpadas germicidas projetadas para filtrar luz com comprimento de onda maior do que 230 nm são mais seguras que as existentes. Agora precisamos realizar estudos com pacientes para comprovar a evidência demonstrada por nossas simulações de computador e evidências em laboratório”, disse.

Fonte: Science Focus

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital