OMS: isolamento social deve ser suspenso só após controle do contágio

Diretor-geral do órgão reforçou que a queda no número de casos diários é mais lenta que o ritmo de aumento de pacientes infectados
Redação13/04/2020 21h48, atualizada em 13/04/2020 22h04

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou em coletiva de imprensa, realiza nesta segunda-feira (13), que países e territórios devem abandonar medidas de isolamento social somente quando a transmissão do novo coronavírus já estiver sob controle.

Ghebreyesus afirmou que a OMS deve lançar diretrizes na terça-feira (14) para auxiliar governos em decisões a respeito da pandemia da Covid-19. De acordo com artigo do O Globo, as estratégias devem seguir seis critérios:

  • A transmissão precisa estar controlada;
  • O sistema de saúde deve ser capaz de detectar, testar, isolar e tratar todos os casos de Covid-19 e rastrear todos os contatos;
  • Os riscos de surtos devem ser minimizados em contextos específicos;
  • Devem existir medidas preventivas em locais de trabalho, escolas e outros lugares que abrigam atividades essenciais;
  • Os riscos de importação podem ser gerenciados;
  • As comunidades podem ser totalmente educadas, engajadas e capacitadas para se ajustarem à “nova norma”.

O representante do órgão internacional ressaltou que o novo coronavírus pode se disseminar rapidamente em locais de alta densidade populacional. Ele lembrou ainda que o ritmo da queda do número de casos diários é muito mais lento que o ritmo de aumento do número de infectados.

“Isso significa que as medidas de controle devem ser suspensas lentamente e com controle.”, disse o diretor.

Por fim, Ghebreyesus fez questão de destacar que a pandemia da Covid-19 é até dez vezes mais mortal que a pandemia de H1N1, ocorrida em 2009.

Máscaras não são suficientes sozinhas

O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, também aproveitou a coletiva para conceder orientações a respeito do surto mundial do novo coronavírus. Ryan afirmou que o uso de máscaras não substitui medidas de isolamento social e é eficaz somente como parte de uma política de prevenção mais abrangente.

Segundo ele, o uso do equipamento deve ser incorporado a estratégias de testagem, isolamento, tratamento, higiene das mãos e educação de comunidades

“Pode ser considerado [o uso de máscaras] como alternativa, mas, se não usar outras medidas, é uma política contraprodutiva”, afirmou o membro da OMS.

Espanha afrouxa quarentena

As declarações dos líderes da OMS ocorrem após a Espanha anunciar a retomada parcial de atividades econômicas não essenciais, em meio à queda no número diário de mortes por Covid-19 no país.

O ministério da saúde espanhol contabilizou 517 novas vítimas fatais nas últimas 24 horas. Também foi registrada a menor quantidade de novos casos confirmados da doença desde 20 de março.

Apesar da flexibilização, a nação europeia ainda teme um novo pico de contágio. Por isso, o governo espanhol iniciou uma campanha para entregar até dez milhões de máscaras nos transportes públicos.

Além disso, o país ainda manteve medidas de distanciamento social para seus habitantes. O primeiro-ministro Pedro Sánchez anunciou que o confinamento da população deve ser prolongado até 25 de abril.

Fontes: O Globo/Estadão

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital