Novo estudo reforça a tese de que cães podem farejar a Covid-19

Após uma semana de treinamento farejando amostras de saliva de mil voluntários, cães tiveram precisão de 94% ao detectar as que estavam contaminadas
Rafael Rigues29/07/2020 19h11

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Mais um estudo, desta vez realizado na Alemanha, dá força à ideia de que cães podem ser treinados para “farejar” rapidamente pessoas infectadas com Covid-19.

Oito animais foram treinados pela Universidade de Medicina Veterinária de Hannover, pela Escola de Medicina de Hannover e pelas Forças Armadas Alemãs ao longo de uma semana. Os animais farejaram amostras de saliva de mais de mil pessoas, algumas infectadas com Covid-19, outras sadias. Ao final do treinamento, eles foram capazes de detectar as amostras com o vírus Sars-Cov-2 com 94% de precisão.

Cães já foram treinados com sucesso para detectar outras doenças, como câncer e diabetes. Os cientistas acreditam que eles farejam não o vírus em si, mas o odor de mudanças metabólicas causadas por ele no organismo do paciente.

“Nosso trabalho anterior demonstrou que os cães podem detectar odores de humanos infectados com a malária com precisão extremamente alta – acima dos padrões de diagnóstico da Organização Mundial de Saúde”, diz o professor James Logan, chefe do Departamento de Controle de Doenças da London School of Hygiene and Tropical Medicine, que conduziu um estudo semelhante.

“Sabemos que outras doenças respiratórias, como o Covid-19, alteram o odor do corpo, por isso há uma chance muito alta de que os cães possam detectá-las. Essa nova ferramenta de diagnóstico pode revolucionar nossa resposta ao Covid-19 no curto prazo, particularmente nos próximos meses, e ser profundamente impactante”.

Segundo a Dra. Claire Guest, CEO e co-fundadora da Medical Detection Dogs, que trabalhou em conjunto com Logan, os cães não seriam usados para um diagnóstico oficial, mas sim em um processo de triagem.

“O objetivo é que os cães possam analisar qualquer pessoa, incluindo aquelas que são assintomáticas, e nos informar se precisam ser testadas. Isso seria rápido, eficaz e não invasivo e garantirá que os limitados recursos de teste de nosso sistema de saúde sejam usados apenas onde forem realmente necessários”.

Fonte: Fayer Wayer

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital