A farmacêutica chinesa Sinovac anunciou resultados preliminares promissores em seu projeto de vacina contra Covid-19. A empresa revelou que as duas primeiras etapas de testes com seres humanos demonstraram que o composto não causou efeitos colaterais graves e ainda proporcionou imunidade em 90% das pessoas vacinadas.
O resultado é especialmente importante para os brasileiros, já que a vacina da Sinovac será testada no Brasil, como resultado de parceria com o Instituto Butantan. O país foi escolhido por ser um dos maiores focos de propagação do coronavírus no mundo, o que permite entender melhor a capacidade do composto em proteger os voluntários contra a doença. Espera-se que 9 mil brasileiros participem da fase 3 de testes da vacina.
Chamada de CoronaVac, a vacina foi administrada em 743 pessoas saudáveis nas fases 1 e 2 dos testes clínicos. Nestas fases, os pesquisadores aplicam a fórmula em um número pequeno de pessoas e estão mais interessados em observar efeitos adversos e dosagens ideais para atestar sua segurança do que analisar sua eficácia. Ainda assim, os resultados foram animadores.
Os participantes dos testes foram divididos em dois grupos, que receberam duas doses da vacina ou um placebo sem eficácia; a divisão visa entender com clareza os efeitos positivos e negativos da fórmula. Num período de 14 dias, a maioria dos que receberam o composto ativo desenvolveram os anticorpos imunizantes esperados, e a companhia ainda espera os dados do grupo que recebeu as aplicações em um intervalo de 28 dias.
Por enquanto, os dados ainda estão em fase preliminar e foram expostos apenas em um comunicado à imprensa. A companhia pretende publicá-los em forma de artigo científico em revistas especializadas assim que tiver todas as informações em mãos, para que o restante da comunidade possa revisar o estudo com mais clareza.
O projeto de vacina da Sinovac é um dos 10 reconhecidos pela OMS que estão em etapas de testes clínicos, com seres humanos. Ele é baseado em um vírus inativado, e pesquisadores chegaram a declarar que têm 99% de certeza de que seu composto será funcional.
O Brasil também está na rota dos testes de outra vacina contra Covid-19. O país deve fazer parte da fase 3 de testes da vacina da Universidade de Oxford, que utiliza outro método de imunização, utilizando um vetor viral não-replicante. Os testes devem envolver 2.000 pessoas, com preferência para profissionais da saúde, que estão mais expostos ao vírus.