Enquanto o mercado internacional de equipamentos e insumos médicos enfrenta escassez diante da altíssima demanda, cientistas brasileiros correm para tentar encontrar soluções internas. Agora, pesquisadores da Unicamp anunciaram que conseguiram desenvolver reagentes localmente para conseguir testar suspeitos de terem contraído o novo coronavírus sem custos exorbitantes.
A ideia do projeto da Unicamp é eliminar totalmente a dependência da importação de reagentes, o que se tornou fundamental diante da competição internacional, como aponta o pró-reitor da universidade, Munir Salomão Skaf em entrevista ao G1.
Em parceria com empresas de biotecnologia da região de Campinas, os estudos foram capazes de reduzir o tempo de produção e cortar o custo em até 10%. O procedimento segue o “padrão ouro” recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e já está credenciado com o Instituto Adolfo Lutz.
Os pesquisadores encomendaram produtos de uma empresa de Paulínia, no interior de São Paulo, que já produzia esse tipo de insumo e passaram a testá-lo para analisar sua eficácia na detecção ao coronavírus em comparação com os reagentes importados. Os resultados até agora se mostraram positivos, segundo André Vieira, professor de fisiologia na universidade.
O ritmo de produção não é muito alto até o momento. Paulo Roberto Pesquero, diretor da empresa de biotecnologia Exxtend, que tem sido parceira da Unicamp neste momento, são produzidos reagentes suficientes para 100 testes por dia, mas o ritmo de produção já está aumentando. Ele também destaca que além de preço e disponibilidade, a produção interna tem a vantagem do tempo de entrega reduzido, o que se tornou crucial diante da crise.