Sistema de rastreio de Apple e Google dependerá de diagnóstico confirmado de Covid-19

Contaminados alertarão aplicativos sobre contágio, mas para isso precisarão ter a infecção confirmada por autoridades de saúde
Renato Santino15/04/2020 00h52

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Na semana passada, Apple e Google anunciaram um esforço conjunto para usar o Bluetooth do celular e geolocalização para acompanhar a disseminação do coronavírus, permitindo rastrear pessoas que estiveram próximas de outras contaminadas. Agora, as empresas detalharam como vai funcionar o rastreamento dessas pessoas.

De acordo com Apple e Google, a ferramenta só poderá ser usada em casos de diagnósticos positivos e confirmados de Covid-19, como explica a Bloomberg. Sem esse atestado, as empresas não permitirão a inserção dos dados no sistema em caso de testes a serem verificados por agências de saúde pública, responsáveis pelo desenvolvimento dos apps necessários para o rastreamento de contatos.

As empresas também reforçaram que os nomes e o histórico de localização das pessoas que tiverem suas informações inseridas neste sistema não serão compartilhados ou armazenados posteriormente. Na prática, isso significaria que a ferramenta faria o rastreamento de quem esteve perto do infectado para informá-los sem detalhar onde houve esse contato, nem o nome da pessoa contaminada.

A explicação foi importante porque as empresas estavam recebendo algumas críticas sobre o funcionamento dessa ferramenta. Especialistas apontavam o risco de inserir falsos diagnósticos positivos no sistema, o que poderia inutilizar a ferramenta. Além disso, as empresas também receberam críticas de organizações preocupadas com as implicações de privacidade.

Segundo as empresas, o sistema captará apenas casos de pessoas que passaram alguns minutos próximas umas das outras, o que significa que você captará poucos sinais de pessoas aleatórias que se aproximaram de você na rua. O celular emitirá um sinal a cada 5 minutos que permitirá captar os aparelhos que estão por perto.

O que não está claro é o alcance desse sinal; em situações muito específicas, o Bluetooth pode registrar conexões a até 100 metros de distância, mas isso seria pouco útil para o acompanhamento da doença, fazendo com que o celular registre muitas pessoas que sequer passaram perto do usuário. Normalmente, porém, o alcance é limitado a 10 metros, mas não se sabe ainda qual será a configuração adotada pelas empresas.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital